quarta-feira, 15 de outubro de 2025

CB750 FOUR – A História da “7 Galo”

Olá, companheiro de estrada! Aqui é o Jornal MotoNews na área!

Que satisfação imensa poder mergulhar na história de uma verdadeira lenda sobre duas rodas! Eis aqui um material riquíssimo, um verdadeiro almanaque da motocicleta que mudou o jogo para sempre. Estamos falando, é claro, da Honda CB 750 Four, a inconfundível e apaixonante "Sete Galo" – e não se preocupe, a gente usa o apelido, mesmo que não seja o mais "oficial", porque ele carrega a alma dessa máquina no Brasil!

A Honda CB 750 Four Veio para Fazer História

A história da CB 750 Four não é apenas a de uma moto; é a história de um marco, um divisor de águas que catapultou a indústria motociclística para a era moderna. Anunciada no Salão de Tóquio, em 26 de outubro de 1968, ela não era só um lançamento, era uma declaração de guerra tecnológica aos então dominantes fabricantes europeus (ingleses e italianos). O mundo da motocicleta, de fato, jamais seria o mesmo.



Tecnologia das Pistas para a Rua

O que fazia a Sete Galo tão revolucionária? A Honda despejou nela o know-how (conhecimento técnico) adquirido em anos de vitórias nas competições de Motovelocidade e, pasmem, na Fórmula 1! O motor, um quatro cilindros em linha, refrigerado a ar, com 736 cc e comando simples no cabeçote (SOHC), entregava 67 cavalos de potência. Para a época, isso era uma cavalaria impressionante, capaz de levar a moto a uma velocidade máxima na casa dos 200 km/h – números que só as máquinas mais exclusivas conseguiam, e a um custo muito maior!



Mas não era só a força do motor que impressionava. A CB 750 Four trouxe para um modelo de produção em série uma série de requintes técnicos inéditos, ou que nunca tinham sido reunidos em uma só moto, como:

1.   Freio a disco dianteiro: Uma inovação crucial para domar a potência, garantindo segurança e performance no asfalto.

2.   Partida elétrica: Esqueça o pedal! Um toque no botão e o quatro-em-linha ganhava vida. Um luxo de praticidade.

3. Câmbio de cinco marchas: Preciso e confiável, extraindo o melhor daquele motor.




O design era a moldura perfeita para essa obra de arte mecânica. A suavidade das linhas do tanque contrastava com a imponente visão do motor tetracilíndrico e o inconfundível conjunto dos quatro tubos de escapamento cromados, um para cada cilindro – um show visual e sonoro! A prestigiada revista Cycle World a definiu com justiça como "a mais sofisticada motocicleta de produção em série jamais feita."

O Sucesso Inesperado e o Santo Graal dos Colecionadores

A Honda, liderada pelo visionário Soichiro Honda, que acreditava em "vencer no domingo para vender na segunda", estimou mal o potencial de sucesso da moto. O preço inicial de apenas US$ 1.295 no mercado americano era irrisório para o que ela oferecia, gerando uma demanda dez vezes maior do que a capacidade de produção inicial. Isso fez com que o preço logo subisse e, claro, deu origem ao fenômeno do ágio (preço extra acima do valor de tabela) nas concessionárias.



É nesse ponto que surgem as famosas "Sandcast". Devido à pressa em atender a demanda, o primeiro lote de motores (cerca de 7.414 unidades) teve partes do cárter e cabeçotes fundidas em um método de baixa pressão, que deixava um acabamento rugoso, similar à fundição em molde de areia (sandcast). Logo, a Honda investiu no método diecasting (fundição sob alta pressão), mais caro e de qualidade superior, para a produção em volume.



Curiosamente, é justamente essa "imperfeição" da pressa que as torna o Santo Graal dos colecionadores:

  • Raridade Relativa: São apenas cerca de 1% do total de quase 500 mil CB 750 Four produzidas, um número que não é pequeno, mas extremamente procurado.
  • A Prata da Casa: Acima delas, em termos de valor e raridade, só estão os protótipos (ou pré-série) montados artesanalmente, como as quatro unidades enviadas para os EUA e Europa no início de 1969.

A Sete Galo no Brasil e a Cultura da Customização

A CB 750 Four começou a chegar por aqui já em setembro de 1969, na sua

primeira versão de série, a K0.

O que aconteceu com a Sete Galo por aqui é um capítulo à parte, que reflete a alma do motociclista brasileiro da época. A máquina era tão icônica que se tornou um alvo de customização – um termo que nem existia formalmente, mas a prática era intensa. Modificar a moto era o padrão, o que a tornava "bacana", enquanto a original era considerada "careta". A receita básica era:

  • Troca do escapamento original quatro-em-quatro pelo famoso quatro-em-um, para um ronco ainda mais "grosso" e inconfundível.
  • Substituição do guidão original por um do tipo "Tomaselli", mais baixo e esportivo.
  • Troca das rodas raiadas pelas de liga leve.
  • Adição de um segundo disco de freio na dianteira.


Hoje, a história se inverteu, e a moto que vale mais é justamente a "careta": a unidade mais conservada ou restaurada com peças 100% originais. Encontrar uma 100% original não restaurada no Brasil é raríssimo devido ao hábito da customização. Os valores de uma Sete Galo bem restaurada por aqui chegam a R$ 100 mil, mas para os verdadeiros entusiastas, é um valor justo pela "moto do século"!

O Legado Contínuo: Da K0 à Bol D'Or

A saga da Sete Galo, identificada pelo código "K" (de K0 a K8, de 1969 a 1978), estabeleceu a arquitetura da moto de alta cilindrada que vigora até hoje.

Paralelamente, a Honda continuou a inovar. Tivemos a:

  • Série F (Super Sport): A partir de 1975, adotando um estilo mais esportivo com tanque alongado, rabeta e escapamento quatro-em-um de fábrica (como se os customizadores tivessem "dado a dica" para a Honda!).
  • Série A (Hondamatic): Uma bizarra e curta experiência de 1976 a 1978, com câmbio semiautomático de duas marchas e conversor de torque. Era preciso cambiar manualmente entre "Low" e "Drive", mas sem usar embreagem – um Fusca semiautomático sobre duas rodas, que não vingou.
  • Bol D'Or (e KZ): A partir de 1979, a família evoluiu com um motor levemente maior e um cabeçote DOHC (duplo comando de válvulas) com quatro válvulas por cilindro, elevando o patamar de performance novamente, com a Bol D'Or sendo considerada uma das mais belas dessa fase.


A Honda CB 750 Four é, e sempre será, um ícone inigualável. Uma moto que não só quebrou recordes, mas reescreveu o manual do que uma motocicleta de alta cilindrada de produção em série deveria ser. Não é exagero dizer que ela é a mãe de todas as superbikes.

E aí, companheiro? Deu para sentir o cheiro da gasolina e o ronco dos quatro-cilindros? Qual é a sua versão preferida da Sete Galo? Manda a real!








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