ROYAL ENFIELD, ETERNA CLÁSSICA: A FAMÍLIA INTERCEPTOR 650

 ROYAL ENFIELD, ETERNA CLÁSSICA: A FAMÍLIA INTERCEPTOR 650


Fala, galera, todo mundo de boa? Iniciando 2022 com ótima potência e classicismo, vamos trazer uma novidade do passado, mas que se faz mais presente a cada dia nas ruas das principais cidades deste país e, claro, com pegadas tecnológicas.

Bom, antes de mais nada, desejo a todos os leitores do Louco Por Motos um feliz e próspero novo ano, e que essa pandemia tenha um basta, né, galera? Pra mim, chega!

História

Vamos lá! A Royal Enfield é originária da cidade de Ridditch, Inglaterra, e no início de suas atividades especializou-se em fabricar bicicletas, bem como um leque de peças de reposição

para máquinas de costura e também para rifles, além de canhões. Isso, nos idos de 1891. 

A vertente para a fabricação de motocicletas veio em 1899, com a produção de um triciclo e um quadriciclo. Daí em diante, abraçou o mercado de motos que, por sinal, tornou-se a única marca inglesa daquela época a manter-se viva até os dias de hoje. Em segundo lugar, vem sua compatriota, a Triumph.

Foi líder de vendas até meados de 1915, quando deu-se início a I Guerra Mundial. Naquela época, a marca foi contratada para produzir motocicletas para o campo de batalha, ou em outras palavras, para o Exército Britânico. 

Um dos primeiros quadriciclos do mundo, de 1898, é da Royal Enfield.


A primeira motocicleta a gente nunca esquece. 1901.


Bullet 500cc, de 1936.

Sua tomada de produção pública reiniciou-se somente em 1930, introduzindo naquele
mercado as Bullets de 250, 350 e 500 cilindradas (1932 a 1936). Motocicletas com bastante estilo, agradou ao público britânico logo de cara, pois além de perfeitas nos ambientes urbanos, abriram as portas para que os ingleses mais aficionados partissem para as estradas - então, livres dos temores dos canhões e aviões bombardeiros. 

Um "entre parênteses": diferente da I Guerra Mundial, no doloroso período da II Guerra a Royal também teve modelos encomendados pelo governo britânico, mas desta vez, ela não "abandonou" seu público civil, já que tinha ganhado certa fama com os modelos que já vinha produzindo.

A Bullet foi tão bem aceita que, no ano de 1949, os modelos de 350cc passaram a sair de fábrica com amortecedores traseiros, tornando-a um dos primeiros modelos de motocicleta com essa característica, o que trouxe muito mais conforto ao piloto e ao passageiro. Tanto que a Índia passou a importar, ainda em meados de 1950, uma quantidade considerável de motos. E isso fez com que a Royal Enfield inaugurasse naquele país sua primeira montadora fora de casa. Em 1962, ela deixou a Inglaterra para se estabelecer em terras indianas.

As primeiras Interceptor surgiram no início dos anos 1960, porém, com motor de 736 cm3. Aliás, mesmo após o fechamento da fábrica em terras britânicas, a Interceptor continuou sendo produzida na cidade de Bradford on Avon, em instalações subterrâneas (pesquisei, mas não consegui encontrar o motivo para que a produção fosse feita, aparentemente, às escondidas). 

A primeira Interceptor, com motor de 736 cc, de 1967.

A Interceptor 650, no entanto, veio à luz recentemente, em 2017, quando foi apresentada ao público no Salão de Milão daquele ano. Uma bicilíndrica de 648 cm3, capaz de gerar 47 cv de potência e 5,4 kgfm de torque, com visual rebuscado em sua irmã sessentista

A Interceptor 650 foi apresentada ao público pela primeira vez no Salão de Milão 2017

Sua produção tem binacionalidade, pois o motor foi produzido em parceria entre a matriz, em Chennai, na Índia, com o Centro Tecnológico da marca na cidade de Leicestershire, Inglaterra, e teve participação da renomada Harris Performance, preparadora de motocicletas, também inglesa.

Modelos no Brasil

A Royal Enfield embarcou em terras tupiniquins em 2015, somente com escritório em São Paulo, mas em 2017 a marca agraciou o país com três de seus modelos: a Bullet 500cc, a Classic 500 cc (e suas versões: as militares - Battle Green, Squadron Blue e Desert Storm - e a Chrome) e a Continental GT, que possui motor levemente mais potente, de 535 cm3

A Continental GT 650 é uma Cafe Racer puro sangue.

A Classic 500, sem dúvida, é a que tem o visual mais rebuscado, realmente clássico,
como seu nome já sugere.

A Bullet 500, com seu banco de dois níveis, é puro conforto.


Devido ao sucesso que fez logo em sua entrada, a marca trouxe também outros modelos, entre eles, a big trail Himalayan, com motor de 411 cm3, e a que é alvo deste artigo, a Interceptor 650 cc, com suas belas variações.

Com preços sugeridos entre R$ 25.990 e R$ 26.990 (valores encontrados no site, no início de Janeiro/22), as Interceptors já contam com alguns proprietários bastante satisfeitos. Além da beleza, as Interceptors têm se mostrado ótimas para pilotar em meios urbanos, como também em terrenos sinuosos e melhor ainda nas estradas. De acordo com o próprio site da marca, trata-se de "uma roadster clássica e moderna por excelência...  que entrega ao piloto equilíbrio e manuseio superiores". 

Interceptor 650: estilosa e companheira em várias situações.


Opinião do editor: a única coisa que não curti muito na Interceptor - banco reto.



Além da pegada roadster, ela também tem um grau do estilo Cafe Racer, modelo este originado na Inglaterra dos anos 50, muito utilizada nas corridas amadoras que haviam em Londres, naquela época.

Motorização

Seu motor OHC/SOHC Twin bicilíndrico paralelo de 648 cc é de 4 tempos, conta com 2 válvulas por cilindro e é de cárter úmido. Refrigerado a ar com radiador de óleo, com taxa de compressão em 9,5:1, possui sistema de admissão aspirado, gerando, como já dito, 47 cv @7500 RPM, e torque de 5,4 kgfm @5.250 RPM. 

O Twin bicilíndrico é um detalhe à parte, na Interceptor


Sem trocar o filtro, a capacidade de seu cárter é de 3,1 litros de óleo; já fazendo-se a troca do primeiro componente, sobe para 3,9 litros. Como a maioria dos modelos de motos atuais, possui sistema de injeção eletrônica, mas, por outro lado, diferente de vários modelos, usa somente gasolina como combustível, para um tanque com capacidade de 13,7 litros  (dos quais, 2,9 são para a reserva), o que lhe rende uma autonomia de aproximadamente 400 km. Isso quer dizer que ela, pelo motor que tem, é uma moto bastante econômica: média de 29,2 km/l. 

O câmbio é manual de 6 marchas sequenciais, usando embreagem multidisco banhada a óleo e transmissão final feita por corrente. 

A Interceptor em Números

Quanto às suas dimensões, a Interceptor traz as seguintes características: 

Comprimento - 2.119 mm

Largura - 857 mm

Altura - 1.120 mm

Distância mínima do solo - 174 mm

Distância entre-eixos - 1.398 mm

Altura do assento - 804 mm

Capacidade máxima de carga - 200 kg

Peso em ordem de marcha - 202 kg

Com caster de 24º, ela possui suspensão dianteira em garfo telescópico de 41 mm de diâmetro, 110 mm de curso, sem ajustes. A suspensão traseira é bichoque, com amortecedores com reservatório externo de óleo, curso de 88 mm e ajuste de pré-carga da mola. 

Ambas as rodas são de aço, raiadas, 18 pol., diferenciando-se na largura de cada uma: a dianteira possui largura de 2,5 pol. (pneu 100/90 R18) e a traseira, 3,5 polegadas (pneu 130/70 R18). 

Os freios traseiro e dianteiro são ABS, sendo que o dianteiro possui disco flutuante e ventilado, de 320 mm, pinça deslizante e 2 pistões; o traseiro, ventilado, 240 mm, pinça e 1 pistão.

Os valores de seguro para esta moto são bastante variados, dependendo da seguradora, mas, em Agosto de 2021 a cotação mínima estava por volta de R$ 590,00.

Conclusão

Apesar de ser uma marca histórica, literalmente, aqui no Brasil poucas pessoas conheciam seus modelos, e a maoria, "só de ouvir falar". Agora, estão mais próximas e prometedoras, chamando não só a atenção nas ruas, como também de compradores potenciais. Já é fácil, hoje em dia, vermos um ou outro modelo nas ruas. 

Evidentemente que são motocicletas para um público seleto, pois o estilo clássico não tem muita vez aqui em terras tupiniquins. Porém, por ser "novidade", tem feito a cabeça de muita gente. E, apesar de ter havido rumores de que são motos com estrutura fraca, não passa de boato. Problemas na estrutura, até as famigeradas BMW já apresentaram, como foi o caso de um motociclista que, em viagem numa GS 1200, teve a infeliz surpresa de ter os raios traseiros quebrados e quase resultando em um acidente trágico - mas, por sorte, o piloto saiu com apenas algumas dores pelo corpo na queda, pois estava devagar.

A Royal Enfield, em geral, tem excelente custo x benefício e, pelo andar da carruagem, ainda irá brilhar em nossos asfaltos.

Motoabraço e até a próxima, galera!

== Assista à versão em vídeo deste artigo no Youtube ==

clique ou toque na imagem para assistir





Fontes: Royal Enfield - Motosblog - Motos.com
Imagens: Divulgação


Comentários

  1. Muito Boa a matéria, está de Parabéns, esclareceu bem a História da Marca, Vida Longa a Royal Enfield!

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    1. Valeu, meu amigo! Também acredito na marca. Motoabraço! Volte sempre. :)

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