NOSTALGIA: A VOLTA DA LAMBRETTA NO BRASIL

NOSTALGIA: A VOLTA DA LAMBRETTA NO BRASIL
A histórica Lambreta vem com atualizações e, mantendo seu visual clássico, ela volta ao Brasil. E quem traz é a Motorino, com modelos que podem agradar a alguns saudosos e nostálgicos, como eu.






História

Não dá pra falar da atualidade sem, antes, dar um pulinho lá no passado, na Itália pós-guerra dos anos 50, não é?
Lambreta original de 1966. Fonte: internet.
Na verdade, a história passa a ganhar vida ainda em 1947, quando um ambicioso empresário, chamado Ferdinando Innocent, em parceria com um engenheiro de nome Pierluigi Torre, deu início à produção de um "meio de transporte barato e seguro", como ele mesmo teria dito.
O projeto, no entanto, existia desde o final da II Guerra, em 1945, quando Innocent começou a perceber as reais necessidades da população do pós-guerra.
Com baixo custo tanto na produção, como na manutenção, e prometendo mais proteção contra as intempéries do tempo do que as motos convencionais da época, surgia a Lambretta, uma motoneta que, além de um
certo charme, trazia muito o que prometia. O nome, talvez, venha do bairro Lambrate, em Milão, destruído durante a guerra, incluindo o galpão onde se encontrava a fábrica de tubos de aço, de Innocent.
Lambretinha bem conservada (1964).

Sucesso no passado

No Brasil, nem era comum chamarmos a lambretta de scooter, até os anos 80, quando ainda era comum encontrar alguma na rua. A definição é europeia e define esse tipo de motoneta, com
Cara de guerreira.
características simplificadas, baixa, proteção frontal contra o vento, uma certa proteção contra a chuva, entre outras características peculiares.
Ainda nos anos 1950, a Lambretta fazia muito sucesso entre a galera jovem daqueles anos, mas ainda se restringia a certos grupos de motoqueiros não tão bem vistos na sociedade [rsrs]. Nos anos 60 a Lambretta já era de uso comum nas ruas, e isso se estendeu por mais de uma década, especialmente, nas cidades do interior.
Era comum a Lambretta sair de fábrica somente em uma ou duas cores, sendo uma delas, a branca. Sendo assim, a cor era de acordo com o pedido do cliente.

Chegada ao Brasil

Essa foto histórica mostra o garotinho numa
Lambretta LD, de luxo, nos anos 60. Fonte:
site Scooteria Paulista
As Lambrettas chegaram ao Brasil por volta de 1960, nos modelos LD (luxo) e D (standard). Ambas standard de sua irmã era o fato de esta não possuir carenagem frontal. A parte mecânica era a mesma.
possuíam câmbio de três marchas (o câmbio era na mão; o freio traseiro, no pé), mas o que diferia a
Esses modelos, no entanto, fizeram parte da 'Série 1' da produção. Logo no início dos anos 60, veio para o Brasil o modelo LI, remodelado com linha mais modernas, corrente no lugar do eixo-cardã, 4 marchas, pneus aro 10" (o anterior era de 8") e uma estética menos simplista, a começar do farol, que passou a ser fixo ao guidão.
As lambrettas ficaram muito tempo sumidas das lojas, especialmente, dos anos 2000 pra cá. Era sempre possível encontrar uma usada pra comprar, mas difícil encontrar uma bem conservada. E, quando está, o preço nos faz sorrir - dizer obrigado e até mais!

Lambretta x Vespa

Hà muita gente que confunde, achando que uma é modelo da outra marca, ou que são modelos de uma mesma marca, enfim... Nada a ver, pessoal! Lambretta e Vespa são, ambas, originárias da Itália, fabricantes de produtos semelhantes e concorrentes como são Coca-Cola e Pepsi. Ok?

A Lambretta do séc. XXI

Os novos modelos em quase nada lembram as antigas Lambrettas.
Algumas décadas se passaram e, hoje, presenciamos o retorno da lenda das motonetas, a scooter mais famosa de todos os tempos, pois a Lambretta volta ao Brasil pelas mãos da Motorino, cujas concessionárias estão espalhadas pelo país. Uma delas, a BellaVita, aqui em Goiânia, foi inaugurada
agora, no mês de julho, e carrega o mesmo visual e decoração das demais lojas.
O modelo top da marca é a V200 Special, equipada com motor de 200 cc, display em cristal líquido, farol e lanterna traseira em led, freios a disco com ABS, manopla com detalhes em alumínio acetinado, cobertura do banco em alumínio acetinado, câmbio CVT e, por fim, uma beleza única. Carrega um pouco do estilo retrô, mas são perceptíveis as mudanças - o novo modelo, por exemplo, não traz o estepe atrás dos bancos bipartidos (aliás, nem bipartido o banco é, mas o cliente pode pedir desta forma, se for o caso).
O lance das cores ainda permanece: você faz o pedido ao representante, diz a cor ou a combinação de duas cores de sua preferência, paga e espera chegar. Daí, amigo, é correr pro abraço.
Que ela traz aquela sensação da liberdade de duas rodas e olhares atentos, isso não se discute. Durante minha visita à concessionária de Goiânia, o gerente de vendas Haroldo Alves pediu-me para que fizesse um test-drive em cada um dos modelos - sim, a Motorino representa outras marcas de scooters vintage, também, além da Lambretta. E, confesso que fiquei admirado com a esperteza de cada uma delas, mais, claro, da Lambretta com motor de 200 cilindradas.


Preço

Achei meio amargo, pra ser sincero. R$ 25.500 em uma scooter... tem que gostar muito. Eu, que sou uma pessoa na casa dos 50, praticamente, confesso ser um tanto quanto nostálgico, mas deixar de comprar um motorzão, mesmo usado, de 800 e poucas cilindradas e viajar como eu gosto, pra ter uma motoneta, não seria bem meu estilo, não. Aliás, estilo é a palavra certa pra definir quem e o que comprar, quando o assunto é moto. Mas, tirando isso e a saída lenta, a nova Lambretta é muito gostosinha de pilotar, muito confortável, macia em todos os sentidos, mas, para dentro da cidade, especialmente, no quesito economia - ela faz 35 km/l.

Motoabraço e até mais!

Comentários

  1. Meu pai e meus tios tinham nos anos 70 até 80... éramos 6 na lembreta. Meus irmãos menores em pé na frente, minha mãe com minha irmã no colo e eu sentado no estepe. Era só alegria.

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