sexta-feira, 26 de setembro de 2025

ROYAL ENFIELD HIMALAYAN '400': TER OU NÃO TER? EIS A QUESTÃO.

 ROYAL ENFIELD HIMALAYAN '400': TER OU NÃO TER? EIS A QUESTÃO


Salve, motors!!

E aí? Já pensou em adquirir seu modelo Royal Enfield? Afinal, é uma marca que tem conquistado muitos corações - especialmente, os mais chegados em visuais retrôs - no Brasil, principalmente. Muita gente se incomodou, no início, com o visual de um dos modelos, a Himalayan, mas com o tempo - nada melhor que ele, não é? - parecem ter se acostumado e, em muitas capitais, ela está tendo uma ótima venda. 

Fig. 1. Himalayan 411 cc - "fraca" na velocidade e outros perrengues


Sem dúvida, é uma máquina que mexe com a cabeça de muita gente por aí. Possui uma pegada única, autêntica e, convenhamos, uma charme que poucas trails possuem. Porém, antes de ir lá na concessionária em busca da sua, que tal conhecer alguns pontos - positivos e negativos - desta trail diferenciada?

Adventure Clássica com Alma Off-Road

A Himalayan, tanto a 411 cc quanto a recém-chegada 450, se posiciona como uma moto de aventura acessível, robusta e com um visual que remete às clássicas motos de expedição. Ela não é feita para quebrar recordes de velocidade, mas sim para te levar aonde o asfalto termina, com dignidade e estilo.

Fig. 2. Modelo 411 cc com alforjes: pronta pra viajar.

Fig. 3. Modelo 450 também com alforjes: melhor na estrada.


Aqui está o que você precisa saber sobre a Himalayan, antes de se aventurar no banco de uma.

Pontos Fortes - O que faz a Himalayan Brilhar

Estes são os aspectos que mais encantam e fazem os pilotos "baterem o martelo" quando o assunto é 'Himalayan':

1. Robustez e Simplicidade Mecânica

Ela é um trator, no bom sentido. Seu motor, especialmente o de 411 cc, é projetado para ser durável e aceitar o "tranco" das estradas ruins. A manutenção básica é relativamente simples e, para quem curte meter a mão na graxa, é uma satisfação.

Fig. 4. Ela tem mais jeitão de um "trator" na terra do que um "carro de corridas" no asfalto.


Segundo relatos de alguns proprietários, é "uma moto que aguenta bem a pauleira"; "onde a maioria das big trails de plástico tem medo de ir, a Himalayan vai sem reclamar"; ou, ainda, "é mecânica antiga, mas que funciona e te tira do perrengue". 

2. Conforto em longas jornadas

A ergonomia da Himalayan é um de seus maiores trunfos, quando o assunto é mototurismo. A posição de pilotagem é reta e relaxada, o que reduz muito a fadiga em longas distâncias. O tanque de combustível, dependendo do modelo, garante uma boa autonomia - na 450 cc, o tanque é maior, garantindo mais tempo entre as paradas.

Fig. 5. A versão 450 cc tem um tanque maior, de 17 litros. Consumo estimado: 33,9 km/l.


Não há nada pior do que um tanque pequeno, ainda mais se a moto for beberrona. Vamos pegar como exemplo a Shadow 600, da Honda, que não é mais fabricada desde 2005, mas ainda é muito boa de mercado. Apesar de ser uma estradeira - e como tal, é excelente -, possui um tanque de apenas 11 litros, garantindo 200 e poucos quilômetros de autonomia. Conforme a rodovia que você estiver, poderá não encontrar um posto de combustível em trechos de mais de 200 km, o que é um grande risco. Digo isso porque já passei por uma experiência como esta, na Shadow que tive.

3. Capacidade Off-Road genuína e acessível

Com roda dianteira de 21 polegadas, um bom curso de suspensão e distância do solo (o ground clearance é alto), ela tem um desempenho honesto na terra, trilhas e cascalho. Ela não é agressiva como uma moto de motocross, mas é confiável e previsível, ideal para quem está começando no off-road ou busca uma pegada mais, como posso dizer, de expedição.

Fig. 6. Off-road é com ela mesmo: aguenta bem o tranco.


4. Baixa visibilidade em furtos

Esse é um ponto prático e, infelizmente, relevante no Brasil. Por ser uma moto de nicho e com menor volume de vendas - se comparada às líderes de mercado, como a XRE 300, da Honda, ou a Lander 250, da Yamaha - ela é menos visada por ladrões, o que traz uma paz de espírito a mais no dia a dia.

Pontos Fracos - Onde a Himalaya deixa a desejar

Nenhuma moto é perfeita, e a Himalayan não é diferente nesse sentido. Vejamos alguns dos mais relevantes.

1. Desempenho e Velocidade Final (modelo 411 cc)

Fig. 7. Basta coragem pra isso; moto, tem.

A Himalayan 411 cc não é uma moto rápida. Seu motor possui baixa compressão, focando mais no torque em baixas rotações. Isso é ótimo para trilhas, mas na estrada, a velocidade de cruzeiro é limitada. Há quem diga que ela não passa dos 110 km/h. Por isso, ultrapassagens exigem planejamento e paciência. 

Por isso, se você curte viajar com espaço para ter mais velocidade, chegar nos 150 km/h, a Himalayan 411 não foi feita para você. Com a 450 cc, você consegue um pouco mais de velocidade, mas não como alcançaria com uma CB 450 (mesmo antiga), por exemplo. 


2. Pós-Venda e Peças (Royal Enfield tupiniquim)

Este é um calcanhar de Aquiles recorrente em relatos de proprietários. Embora a rede esteja em expansão, a qualidade do pós-venda e o tempo de espera por peças de reposição - muitas são importadas da Índia - são pontos de preocupação. Se sua moto der um prego (quebrar) e precisar de uma peça específica, o prazo pode ser longo. 



Segundo um entrevistado, Oscar Marinho, gerente de vendas e dono de uma Himalayan 411,  "a Royal tem um problema sério no pós-venda. A moto é boa, mas se precisar da garantia ou de uma peça, prepare-se para a dor de cabeça e para longas esperas. Precisa ter paciência  ou buscar oficinas especializadas fora da rede.

Está lendo isso, Royal Enfield?

3. Possíveis Problemas Crônicos

Em alguns lotes do modelo de 411 cc, houve relatos de problemas iniciais no motor - como o chamado Himarea, que se refere a problemas de pré-ignição e na parte superior do motor em algumas unidades - e na parte elétrica, que foram parcialmente corrigidos com recalls e atualizações da marca. Embora não atinja todas as motos, é um ponto que gera desconfiança no mercado de usadas.

Por isso, vai aqui uma dica importante: ao procurar um desses modelos usados, dê preferência para motos mais recentes, com pouco tempo de uso e quilometragem baixa, como também cheque o histórico de manutenção e recall da moto para não ter dor de cabeça mais para frente.

Fig. 8. Motor da 411 cc

Fig. 9. Motor da 450 cc


Conclusão

A Himalayan não é de todo uma moto ruim. Muito pelo contrário. Ela tem seus adjetivos positivos, claro, senão não veríamos tantas nas ruas, certo? Portanto, ela é a moto perfeita para o motociclista que:

> Prioriza autenticidade e estilo clássico de aventura;

> Gosta de uma pilotagem mais tranquila, focada no mototurismo e na exploração, não em alta performance;

> Busca um veículo robusto e confortável para longos percursos em estradas mistas (asfalto e terra);

> Aceita a realidade do pós-venda em troca de um bom custo-benefício.

A Himalayan é uma moto para quem tem cabeça aberta e entende que a aventura começa quando a pressa acaba. É uma parceira de expedição, não uma máquina de corrida.

E você, meu caro amigo? O que mais te atrai no universo Himalayan? Já teve ou tem alguma experiência com essa moto? Conte aí pra gente.

Valeu! Motoabraço!







ROYAL ENFIELD HIMALAYAN '400': TER OU NÃO TER? EIS A QUESTÃO.

 ROYAL ENFIELD HIMALAYAN '400': TER OU NÃO TER? EIS A QUESTÃO Salve, motors!! E aí? Já pensou em adquirir seu modelo Royal Enfield? ...