Alguns modelos só faltam andar sozinhos
Salve, Motors!
Para nós, apaixonados por duas rodas, a evolução das motocicletas tem sido um espetáculo à parte! O que antes parecia coisa de filme de ficção científica ou exclusividade de carros de luxo, hoje já é realidade nas motos, tornando-as não
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Fig. 1. As novas tecnologias vieram para trazer segu- rança e facilitar a vida do piloto (imagem: IA) |
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Suzuki "L7": a novidade do acelerador sem cabo surgiu nela, em 2017 |
A Revolução Começou por Dentro: Injeção Eletrônica e Aceleradores Eletrônicos
Pode parecer incrível, mas no início dos anos 2000, a injeção eletrônica de combustível ainda era rara nas motos. Felizmente, esse cenário mudou, e essa tecnologia pavimentou o caminho para muitas outras inovações. Em conjunto com os aceleradores eletrônicos (ride-by-wire), a injeção eletrônica permitiu um gerenciamento muito mais preciso do motor e da resposta do acelerador.
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Fig. 3 - A Ducatti Multistrada 1200 usa o ride-by-wire. |
Domando a Potência: Modos de Pilotagem
Com a injeção eletrônica e o ride-by-wire, surgiram os modos de pilotagem. Uma das primeiras a adotar essa tecnologia para controlar a imensa potência foi a Suzuki GSX-R 1000.
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Fig. 4. O esquema do CT em uma esportiva, por exemplo. Imagem: eritonmotos.wordpress.com |
Os controles de tração surgiram primeiro nos carros, mas hoje são essenciais nas motos. Seu principal objetivo é evitar a derrapagem da roda traseira, seja em pisos escorregadios ou quando o piloto exagera na aceleração em curvas.
Os freios ABS (anti-travamento) são outra peça-chave na segurança, impedindo que as rodas travem em frenagens bruscas e mantendo o controle do veículo. A BMW K1 foi a primeira moto a ter ABS em 1988. Hoje, grande parte das motocicletas de grande porte, e até mesmo modelos de 250cc e 300cc como a Honda CB300R e Yamaha Fazer 250, oferecem o sistema. O sistema ABS evoluiu, com versões para uso esportivo (Honda CBR 1000RR) e até para estradas de terra (BMW R 1200GS). A Honda também introduziu o CBS (Combi Brake System), que distribui a frenagem entre as duas rodas, aumentando a estabilidade e segurança. Mais recentemente, o ABS em curvas tem sido implementado, uma evolução que ajuda a manter a estabilidade da moto durante frenagens inclinadas, adaptando a força de frenagem em cada roda para evitar travamentos e derrapagens.
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Fig. 5. A beleza da CB1000RR é comparada à carga de tecnologia que leva. |
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Fig. 6. "Idling Stop", na PCX 150. |
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Fig. 7. Câmbio DCT, da Honda |
Outra inovação que veio dos carros é o câmbio de dupla embreagem (DCT). Atualmente, a Honda é a principal usuária em motos, como na scooter X-ADV 750. O DCT possui duas embreagens que operam alternadamente, uma para marchas ímpares e outra para pares, resultando em trocas de marcha quase imperceptíveis e extremamente rápidas.
Pilotagem Otimizada: Suspensão Dinâmica e Controle de Estabilidade
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Fig. 8. Esquema do DDC, da R1200 GS |
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Fig. 9. A Multistrada usa o seu Shyhook |
A mais recente novidade vinda dos carros para as motos é o controle de estabilidade (MSC - Motorcycle Stability Control). A KTM 1190 Adventure de 2014 foi uma das primeiras a incorporá-lo. Baseado no ABS da Bosch, o MSC aprimora o funcionamento dos freios ABS, controle de tração e freios combinados para atuar em conjunto, inclusive com a moto inclinada em curvas. Sensores medem a velocidade de giro das rodas e, crucialmente, o ângulo de inclinação (lean angle) e de rotação (pitch angle) da moto, garantindo uma frenagem mais eficaz e segura nessa situação crítica.
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Fig. 10. KTM 1190 Adventure 2014 - A pioneira do MSC = estbilidade. |
Conforto, Conveniência e Futuro: Airbag, Centrais Multimídia e Sistemas de Assistência Avançada Pode acreditar, até airbag já existe em motos! Embora ainda seja raro, a luxuosa Honda Gold Wing conta com o sistema desde 2007. Uma central eletrônica analisa dados de desaceleração, e a bolsa inflável é acionada em apenas 0,15 segundo em colisões frontais, protegendo o piloto.
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Fig. 11. Parece sacanagem, mas é real: a Goldwing, da Honda, vem equipada com air-bag. Foto: motomais.motosport |
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Fig. 12. Será que protege, mesmo? Testes disseram que sim. |
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Fig. 13. Painel TFT da Triumph 1200 |
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Fig. 14. A Ducatti, com seu ACC, mais uma vez mostra que está rodando junto com a tecnologia |
Além do Asfalto e Outras Maravilhas: A tecnologia de ponta chegou também aos pneus, com compostos mais avançados que oferecem maior aderência em diversas superfícies. Inspiradas nas motos de corrida, projetos já incluem elementos aerodinâmicos ativos, como asas e defletores, que se ajustam à velocidade para aumentar a estabilidade e melhorar a aderência. E para o futuro, projetos como o Safe Swarm™ e o Smartphone as a Brain™ da Honda visam conectar veículos a outros veículos e à infraestrutura em tempo real, alertando, por exemplo, um carro sobre a aproximação de uma moto em um cruzamento, mesmo sem visibilidade direta. Até a capacidade da moto de se equilibrar sozinha em baixas velocidades ou parada já é uma realidade em testes, como o Honda Riding Assist, útil no tráfego intenso.
A Tecnologia Ajuda, Mas a Peça Fundamental é Você! É inegável que toda essa tecnologia embarcada nas motocicletas modernas é um avanço espetacular para a segurança, eficiência e prazer de pilotar. No entanto, é crucial lembrar que, por mais sofisticadas que as motos sejam, a "pecinha" fundamental no guidão é quem a comanda. Muitas vezes, motociclistas abusam da velocidade e subestimam os riscos, contando demais com a tecnologia para evitar acidentes. A velocidade incompatível com as vias e a falta de sensibilidade ou habilidade podem anular os benefícios desses sistemas.
Acidentes não são causados pelas motos, mas por nós, humanos. Por isso, o uso consciente e prudente de toda essa tecnologia é essencial. Saber que a moto a 160 km/h pode parecer estar a 100 km/h em um modelo confortável e silencioso é um alerta importante. Fazer uma frenagem de emergência a 120 km/h exige percorrer 33,3 metros em um segundo apenas para reagir, sem contar a distância de parada. O ABS ajuda, mas não faz milagres se não houver espaço suficiente para atuar.
A tecnologia está aí para nos auxiliar, para melhorar a experiência e a segurança, mas a responsabilidade e a prudência do piloto são insubstituíveis. Vamos desacelerar nosso dia a dia e aproveitar a estrada com inteligência e segurança!
Motoabraço!
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