COMBUSTÃO x ELÉTRICA - Será que COMPENSA TROCAR?

 COMBUSTÃO x ELÉTRICA - Será que COMPENSA TROCAR?


Salve, motors!

Há um tempinho venho prestando atenção não só ao mercado das motos elétricas, como também buscado saber mais alguma coisa sobre os pontos indesejados, uma vez que há relatos de economia de dinheiro de um lado, mas (muita) perda de tempo e autonomia de outro. Afinal, compensa trocar sua moto a combustão por uma elétrica? Leia, depois, decida.
Adiantando a coisa toda, as considerações a serem levadas são muitas, antes de decidir por trocar. Ou mesmo se essa será sua primeira experiência no mundo das duas rodas, deve também se atentar a alguns pontos e avaliá-los antes da compra. 

Fig. 1. Antes de comprar uma elétrica, ou trocar a sua a combustão por uma, alguns pontos
devem ser levados em consideração. Não se arrependa.


E mais uma coisa. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: para quê eu quero uma moto elétrica? Só para ir e voltar do trabalho, para o uso no dia a dia, para o lazer, ou para trabalhar com ela? Serei paciente em respeitar os tempos necessariamente longos para carregar a bateria da moto? Estou ciente que ela deverá ser usada somente para trajetos curtos? E por aí vai. Mas, vamos lá!

Baixa autonomia

Se você perguntar ao proprietário de uma CG Titan 160 2024 o quanto ele consegue rodar com seu tanque de 16,1 litros, poderá receber como resposta um estonteante 640 quilômetros. E não é brincadeira. A moto, que faz quase 40 quilômetros com um litro, pode facilmente atingir essa autonomia, enquanto as melhores motos elétricas do mercado chegam a no máximo 100 quilômetros.

Fig. 2. CG Titan, da Honda. Até 600 km de autonomia e poucos reais para encher o tanque.


Portanto, a baixa autonomia ainda é um fantasma que assusta boa parte daqueles que pensam em usar uma moto elétrica, seja para o trabalho, seja para lazer. Os carros elétricos têm autonomias variadas, mas a média é de 250 quilômetros. Se você pensar bem, está também muito abaixo da média de autonomia de outros carros a combustão. Os carros de hoje podem rodar pelo menos 400 quilômetros dentro da cidade a partir do tanque cheio. Fora, vão a 500 ou mais. A autonomia é o mesmo fantasma enfrentado por quem possui um carro elétrico, especialmente, quando vai viajar. 

Fig. 3. Voltz EVS - autonomia de 120 quilômetros a uma média de 35 km/h. Velocidade máxima
de 120 km/h até que não é ruim, mas dura pouco tempo.




Fig. 4. Super Soco TC, da Megaletron Brava. Velocidade máxima de 75 km/h e autonomia de
no máximo 100 quilômetros.

A Voltz EVS - uma electric street que, particularmente e visualmente, acho bem bacaninha -, por exemplo, chega a no máximo 120 quilômetros de autonomia, muito aquém de sua concorrente a combustão. Isso, depois de ter passado longas 5 horas tendo suas baterias carregadas e a uma velocidade média de (por favor, não ria) 35 km/h. Passou disso, evidentemente, a autonomia cai proporcionalmente. 
Até que existem motos com autonomia e potência bem maiores, como a Zero SR, da Zero Motorcycles, que gera 113 cavalos e percorre até mais de 300 quilômetros de trecho. Mas, além de custar meros 21,5 mil dólares, não é comercializada no Brasil. 
Fig.5. Scooter Smartway, modelo Texas - essa é uma das que
mais fazem sucesso no Brasil. Barata e quebra o galho. Mas, só.



Tempo de recarga

Aqui é onde entra em cena a dona paciência. Se você for uma pessoa organizada, que cumpre fielmente com a tábua dos dez mandamentos, horários e sabe agendar bem seus compromissos, não deverá então ter problemas em se lembrar que, dependendo do modelo, são de 4 a 8 horas necessárias para uma recarga completa. Mas, meu motoamigo(a), se não for uma pessoa com essas características, acredito que você poderá ter problemas e acabar precisando empurrar sua moto, uma hora dessas. Pelo menos, à noite, é bom mantê-la plugada. 

Fig. 6. A média de 5 horas para carregar uma bateria completamente pode se tornar um
transtorno para determinadas pessoas ou em determinadas situações.


E, convenientemente, faça um favor a si mesmo: por questão de segurança, jamais compre bateria ou carregador sem procedência! Da mesma forma que acidentes acontecem com celulares e carregadores sem qualidade, o mesmo pode ocorrer no caso de qualquer veículo elétrico. Recado dado, vamos ao próximo ponto.

Cuidado com a Lei!

O Novo Código de Trânsito Brasileiro prevê que condutores de motos elétricas devem estar
habilitados e suas motos, devidamente emplacadas. Veja só o que rola:
Para motos elétricas que atingem máxima de 50 km/h:
  • o piloto deve estar munido da ACC, que é a Autorização para Conduzir Ciclomotores;
  • o veículo deve ser emplacado;

  • o piloto deve seguir as Leis de Trânsito normalmente, e isso implica na questão do uso das calçadas, que é expressamente proibido pelo CTB;
  • o piloto deve usar capacete.
Para motos elétricas que passam dos 50 km/h, todas as opções anteriores, exceto a primeira, que é a necessidade da CNH categoria "A", da mesma forma que para as motos convencionais.

Preço alto

Muita gente se assusta ao procurar uma moto elétrica para comprar. Não estou falando dos ciclomotores, já que alguns modelos têm preços adequados, mas das motos cujos pilotos precisam ter a "A" nos docs. Enquanto, no Brasil, o preço sugerido de uma Voltz EVS 2022 é de R$ 20.390,00 (e a versão com duas baterias está R$ 24.990), a de uma CG Titan 2024 está sugerido em R$ 17.100,00. O scooter EV1 Sport 2022 vcom duas baterias tem preço sugerido de R$ 19.790, enquanto a Bizz 125 2024 está sendo sugerida a R$ 14.610. O preço de sugestão, lembrando, é o preço de fábrica, e não está incluído o frete e nem a comissão da concessionária. Portanto, o preço final depende da região em que a moto será comprada.
Fig. 7. Ultraviolette F77 - 323 quilômetros de autonomia, 170 de velocidade
máxima e pouco menos de R$ 40.000. Mas, na Índia.



Já viu o preço da bateria?

Se você já teve a curiosidade de pesquisar o preço das baterias das elétricas, o que achou? Particularmente, acho que, por enquanto, é um preço amargo. Dependendo do modelo, como a EVS de uma bateria da Voltz, o cliente poderá pagar em torno de R$ 3.900 e até R$ 4.600 na de duas baterias. Tá bom assim ou quer que carregue mais? 
E toda bateria recarregável possui uma vida útil, que é contada em ciclos de carga. A cada carga completa dela, é um ciclo a menos. As baterias da Voltz saem de fábrica garantidas para 3.000 ciclos. Portanto, passou de 3 mil carregamentos completos, ela já começa a ficar cada vez mais fraquinha.

E aí? Tomou sua decisão?

Motoabraço e até a próxima.


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