ÓLEO: LÍQUIDO VITAL PARA O MOTOR

E aí, motors? Tudo certo com vocês?
Uma boa parte dos motociclistas sabe muito bem que o óleo é um elemento essencial para o funcionamento do motor em termos gerais. Mas, há mais detalhes na troca e manutenção que você deve ficar por dentro. Sempre.


Por que o óleo lubrificante é necessário?

A resposta é mais simples do que parece: como os motores a combustão possuem muitas peças metálicas sob constante atrito - enquanto está funcionando, lógico -, é fato que tal atrito resulta em calor excessivo que, além de quebrá-las, pode literalmente causar explosão dos componentes, caso o  motor esteja em alta rotação. E, se isso se somar ao combustível no momento, não é nem preciso dizer o que acontece, não é?
A fina camada que o óleo produz entre as peças, além de reduzir drasticamente o atrito, colabora também para a diminuição da temperatura provocada por ele. Mas, como o óleo circula por entre partes do motor em um ciclo
vicioso, é natural que ele vá se tornando menos viscoso e carregado de pequenas partículas à medida que é utilizado; por isso mesmo, é que vem a necessidade de trocá-lo regularmente.
Em resumo, além de lubrificar o motor, o óleo ainda colabora para refrigerar e limpar o motor. Mas, vamos entender um pouco mais sobre ele.

Os componentes que o óleo lubrifica

O lubrificante trabalha para diminuir o atrito entre os componentes móveis do motor, tais como: virabrequim, comando de válvulas e pistões. 
O virabrequim (ou árvore de manivelas) é uma das peças mais importantes do motor, localizado geralmente na parte inferior do bloco. É uma peça giratória composta por espécie de articulações, cuja função é transformar o sobe-e-desce dos pistões em movimento giratório, gerando assim a força motriz que faz a moto andar. Seu tamanho dependerá do tamanho do motor, portanto, um virabrequim de uma CG 160 Titan, por exemplo, é menor do que de uma moto de 600 cc que, por sua vez, é menor que o de uma 1200 cc. 
O tamanho do virabrequim e a quantidade de bielas e pistões em um motor depende de quantos cilindros e a capacidade
volumétrica dos mesmos.

Já o comando de válvulas é o componente que controla a abertura da válvula de admissão - para a entrada da mistura ar x combustível - e de escape, para a saída dos gases resultantes da combustão no motor. E isso vai se repetindo ciclicamente, enquanto dá movimento ao virabrequim. Este movimento cíclico tem o nome de Ciclo Otto, nos motores de quatro tempos.

Os pistões são também partes inseparáveis do motor e atuam diretamente no giro do virabrequim. Após a explosão (combustão) gerada pelo comando de válvulas, os pistões sobem e descem num movimento linear, contribuindo para que o virabrequim possa girar. A velocidade dos componentes depende da atual rotação gerada na aceleração. Quanto mais acelerada moto está, maior a velocidade de ação destes componentes. Temos, então, um outro fortíssimo motivo para manter o motor sempre bem e corretamente lubrificado.

Com que frequência devo trocar o óleo do motor?

Essa pergunta é feita até mesmo por motociclistas experientes, mas todos sabem que, apesar da recomendação consultar o manual do proprietário e seguir seus preceitos, há casos e casos, e um deles é que alguns motociclistas ultrapassam a quilometragem recomendada para a troca e, bom, nada de ruim acontece. Mas não de forma exagerada, claro. Senão, já era. Há casos, por outro lado, em que mesmo antes do período recomendado, o motor não aguenta. Mas, isso, é outro assunto.
É altamente recomendado que você faça a troca de óleo
de sua moto de acordo com o que sugere o manual.

Se no manual consta trocar o óleo a cada 1.500 km, não deixe ultrapassar os 2.000, por exemplo. Pouco mais de 30%. Mas, atenção, isso não é uma regra e não está presente nos manuais, é apenas um fato que acontece a muita gente e que, para muitos, não traz problemas, mas para outros, o motor pode não aguentar, principalmente se o proprietário da moto sempre deixa passar da quilometragem recomendada para a troca e é daqueles que adoram exagerar nas aceleradas, mesmo com a moto parada. A coisa é tão importante que, ao fazer a troca do óleo, você já percebe diferença no ruído até quando o motor está em marcha-lenta. Portanto, quanto antes você fizer a troca do óleo e do filtro, melhor e mais garantia de vida útil ao motor estará dando.

Que tipo de óleo usar?

Certamente, você já percebeu que os lubrificantes possuem especificações que os diferenciam uns dos outros. São as chamadas classificações e elas são determinadas pela SAE (Society of Automotive Engineers, ou Sociedade de Engenheiros Automotivos) e também pelo API (American Petrolium Institute, ou Instituto de Petróleo Americano). 
Normalmente, os lubrificantes são classificados de acordo com sua viscosidade e podem ser: mono ou multiviscosos. Os monoviscosos apresentam um só número em sua embalagem, como, por exemplo: "40" ou "15W" (o "W" é da palavra inglesa "winter", que quer dizer "inverno"), enquanto que os multiviscosos (mais comuns hoje em dia) apresentam uma dupla de números, como: "15W-40". Os multiviscosos são melhores, pois suportam melhor as diferenças de temperatura e duram mais.
Inúmeras são as marcas de óleo no mercado e todos são bons e funcionais. Há,
claro, marcas melhores e mais recomendadas até mesmo nos manuais, mas
desde que sigam o mesmo padrão, não é necessário uma marca específica.

A viscosidade, por sua vez, está atrelada ao clima. Quanto mais quente o clima, maior deve ser o número de classificação, pois maior é sua viscosidade. Deve-se levar em consideração que o calor diminui a viscosidade do óleo, aumentando a possibilidade de atrito entre as peças. Então, você me perguntaria: o óleo utilizado por gente no Alasca é menos viscoso do que o que utilizamos aqui, em terras tupiniquins? Sim, é basicamente isso, mesmo. Somando-se ao clima, vale lembrar que num motor a gasolina, por exemplo, os pistões podem expor o óleo a temperaturas de até 160º C - com tanto calor assim, não há viscosidade que aguente, se ela não for bem trabalhada.
Comparação entre as diferentes viscosidades dos óleos lubrificantes

Num país como o Brasil, em que temperaturas variam bastante de região para região, o melhor é usar óleos com especificações que vão do 10W-40 ao 20W-50. Por isso mesmo, é altamente recomendável que você consulte o manual de sua motocicleta para saber a recomendação do fabricante. Não vá colocando qualquer óleo em sua moto, pelo amor de Deus!
Como dizia um falecido amigo: "Leia o manual. Leia o manual!"

Sintético, semissintético ou mineral?
Ah, temos ainda esses tipos de óleo, que são os sintéticos, semissintéticos e os minerais. Afinal, qual deles deve ser usado em sua moto?
Sintéticos: geralmente, são indicados para motores mais modernos e maiores, pois são desenvolvidos em laboratórios com aditivos de alta performance. Prometem uma limpeza mais profunda, desempenho, economia e qualidade.
Semissintéticos: por serem uma espécie de mix entre os minerais e os sintéticos, geralmente são produzidos a partir das melhores qualidades desses dois outros tipos, o que garante a qualidade no tocante a resistência à oxidação e mais apurados do que os do tipo mineral.
Minerais: não mais utilizados nos motores atuais, este tipo de óleo é produzido a partir do petróleo bruto, mas possuem menor resistência às temperaturas, devido até mesmo à presença de elementos variados em sua composição. Foi usado por muitos anos nos motores das décadas passadas.
Nos motores mais novos, é comum usar o óleo sintético, mesmo que não sejam de alta cilindrada. Contudo, até mesmo esses motores de pequeno porte possuem, em comparação aos antigos, uma performance muito melhor.

A importância do Filtro de Óleo


Não menos importante, claro, é o filtro de óleo. Isso, porque ele simplesmente segura as partículas que vão sendo coletadas pelo óleo em seu circuito dentro do motor, quando este passa pelo filtro. O melhor período para a troca do filtro é aquele mesmo usado para a troca do óleo, contudo, não é problema se você trocá-lo alternadamente entre as trocas de óleo, ou seja, vez sim, vez não. Mas, se sua moto é daquelas usadas em ambientes rurais, troque-o com a mesma frequência (e nunca ultrapasse a quilometragem recomendada no manual).

Cuidado com os vazamentos

Não é incomum, após alguns milhares de quilômetros rodados, você parar a moto e perceber, logo em seguida, que ela "derramou óleo" - seja na sua garagem ou mesmo ao estacionar em um local em via pública. Aliás, o que se vê com bastante frequência são manchas de óleo no chão.
Quando isso ocorre, é sinal que a junta (ou guarnição, como é definida em alguns modelos de motos) já não está boa - então, junta tudo e joga fora. 😂 Brincadeira. Dirija-se o mais rápido possível a uma oficina e peça uma revisão geral, onde inclua limpeza do motor e consequente troca dessas juntas. Não é nada bom, muito pelo contrário, vazamentos ocorrerem, já que diminuem o volume de óleo necessário para manter o conjunto funcionando. "Ah, mas tá muito caro levar a moto a uma oficina, hoje em dia..." Tá, concordo, mas é um trabalho de valor e preventivo, já que, se o motor rodar sem óleo suficiente, o custo disso poderá ser 3 vezes maior (ou até mais). Cuida de quem te leva pra cima e pra baixo, além de fazer sua alegria.
Um motoabraço e até a próxima, galera!!!



Fontes de pesquisa:
- Manutenção em Foco (site)
- Superbid (blog)
- Texaco (site)
- Escola do Frentista (Youtube)

Imagens: Divulgação


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