terça-feira, 31 de agosto de 2021

ÓLEO: LÍQUIDO VITAL PARA O MOTOR

E aí, motors? Tudo certo com vocês?
Uma boa parte dos motociclistas sabe muito bem que o óleo é um elemento essencial para o funcionamento do motor em termos gerais. Mas, há mais detalhes na troca e manutenção que você deve ficar por dentro. Sempre.


Por que o óleo lubrificante é necessário?

A resposta é mais simples do que parece: como os motores a combustão possuem muitas peças metálicas sob constante atrito - enquanto está funcionando, lógico -, é fato que tal atrito resulta em calor excessivo que, além de quebrá-las, pode literalmente causar explosão dos componentes, caso o  motor esteja em alta rotação. E, se isso se somar ao combustível no momento, não é nem preciso dizer o que acontece, não é?
A fina camada que o óleo produz entre as peças, além de reduzir drasticamente o atrito, colabora também para a diminuição da temperatura provocada por ele. Mas, como o óleo circula por entre partes do motor em um ciclo
vicioso, é natural que ele vá se tornando menos viscoso e carregado de pequenas partículas à medida que é utilizado; por isso mesmo, é que vem a necessidade de trocá-lo regularmente.
Em resumo, além de lubrificar o motor, o óleo ainda colabora para refrigerar e limpar o motor. Mas, vamos entender um pouco mais sobre ele.

Os componentes que o óleo lubrifica

O lubrificante trabalha para diminuir o atrito entre os componentes móveis do motor, tais como: virabrequim, comando de válvulas e pistões. 
O virabrequim (ou árvore de manivelas) é uma das peças mais importantes do motor, localizado geralmente na parte inferior do bloco. É uma peça giratória composta por espécie de articulações, cuja função é transformar o sobe-e-desce dos pistões em movimento giratório, gerando assim a força motriz que faz a moto andar. Seu tamanho dependerá do tamanho do motor, portanto, um virabrequim de uma CG 160 Titan, por exemplo, é menor do que de uma moto de 600 cc que, por sua vez, é menor que o de uma 1200 cc. 
O tamanho do virabrequim e a quantidade de bielas e pistões em um motor depende de quantos cilindros e a capacidade
volumétrica dos mesmos.

Já o comando de válvulas é o componente que controla a abertura da válvula de admissão - para a entrada da mistura ar x combustível - e de escape, para a saída dos gases resultantes da combustão no motor. E isso vai se repetindo ciclicamente, enquanto dá movimento ao virabrequim. Este movimento cíclico tem o nome de Ciclo Otto, nos motores de quatro tempos.

Os pistões são também partes inseparáveis do motor e atuam diretamente no giro do virabrequim. Após a explosão (combustão) gerada pelo comando de válvulas, os pistões sobem e descem num movimento linear, contribuindo para que o virabrequim possa girar. A velocidade dos componentes depende da atual rotação gerada na aceleração. Quanto mais acelerada moto está, maior a velocidade de ação destes componentes. Temos, então, um outro fortíssimo motivo para manter o motor sempre bem e corretamente lubrificado.

Com que frequência devo trocar o óleo do motor?

Essa pergunta é feita até mesmo por motociclistas experientes, mas todos sabem que, apesar da recomendação consultar o manual do proprietário e seguir seus preceitos, há casos e casos, e um deles é que alguns motociclistas ultrapassam a quilometragem recomendada para a troca e, bom, nada de ruim acontece. Mas não de forma exagerada, claro. Senão, já era. Há casos, por outro lado, em que mesmo antes do período recomendado, o motor não aguenta. Mas, isso, é outro assunto.
É altamente recomendado que você faça a troca de óleo
de sua moto de acordo com o que sugere o manual.

Se no manual consta trocar o óleo a cada 1.500 km, não deixe ultrapassar os 2.000, por exemplo. Pouco mais de 30%. Mas, atenção, isso não é uma regra e não está presente nos manuais, é apenas um fato que acontece a muita gente e que, para muitos, não traz problemas, mas para outros, o motor pode não aguentar, principalmente se o proprietário da moto sempre deixa passar da quilometragem recomendada para a troca e é daqueles que adoram exagerar nas aceleradas, mesmo com a moto parada. A coisa é tão importante que, ao fazer a troca do óleo, você já percebe diferença no ruído até quando o motor está em marcha-lenta. Portanto, quanto antes você fizer a troca do óleo e do filtro, melhor e mais garantia de vida útil ao motor estará dando.

Que tipo de óleo usar?

Certamente, você já percebeu que os lubrificantes possuem especificações que os diferenciam uns dos outros. São as chamadas classificações e elas são determinadas pela SAE (Society of Automotive Engineers, ou Sociedade de Engenheiros Automotivos) e também pelo API (American Petrolium Institute, ou Instituto de Petróleo Americano). 
Normalmente, os lubrificantes são classificados de acordo com sua viscosidade e podem ser: mono ou multiviscosos. Os monoviscosos apresentam um só número em sua embalagem, como, por exemplo: "40" ou "15W" (o "W" é da palavra inglesa "winter", que quer dizer "inverno"), enquanto que os multiviscosos (mais comuns hoje em dia) apresentam uma dupla de números, como: "15W-40". Os multiviscosos são melhores, pois suportam melhor as diferenças de temperatura e duram mais.
Inúmeras são as marcas de óleo no mercado e todos são bons e funcionais. Há,
claro, marcas melhores e mais recomendadas até mesmo nos manuais, mas
desde que sigam o mesmo padrão, não é necessário uma marca específica.

A viscosidade, por sua vez, está atrelada ao clima. Quanto mais quente o clima, maior deve ser o número de classificação, pois maior é sua viscosidade. Deve-se levar em consideração que o calor diminui a viscosidade do óleo, aumentando a possibilidade de atrito entre as peças. Então, você me perguntaria: o óleo utilizado por gente no Alasca é menos viscoso do que o que utilizamos aqui, em terras tupiniquins? Sim, é basicamente isso, mesmo. Somando-se ao clima, vale lembrar que num motor a gasolina, por exemplo, os pistões podem expor o óleo a temperaturas de até 160º C - com tanto calor assim, não há viscosidade que aguente, se ela não for bem trabalhada.
Comparação entre as diferentes viscosidades dos óleos lubrificantes

Num país como o Brasil, em que temperaturas variam bastante de região para região, o melhor é usar óleos com especificações que vão do 10W-40 ao 20W-50. Por isso mesmo, é altamente recomendável que você consulte o manual de sua motocicleta para saber a recomendação do fabricante. Não vá colocando qualquer óleo em sua moto, pelo amor de Deus!
Como dizia um falecido amigo: "Leia o manual. Leia o manual!"

Sintético, semissintético ou mineral?
Ah, temos ainda esses tipos de óleo, que são os sintéticos, semissintéticos e os minerais. Afinal, qual deles deve ser usado em sua moto?
Sintéticos: geralmente, são indicados para motores mais modernos e maiores, pois são desenvolvidos em laboratórios com aditivos de alta performance. Prometem uma limpeza mais profunda, desempenho, economia e qualidade.
Semissintéticos: por serem uma espécie de mix entre os minerais e os sintéticos, geralmente são produzidos a partir das melhores qualidades desses dois outros tipos, o que garante a qualidade no tocante a resistência à oxidação e mais apurados do que os do tipo mineral.
Minerais: não mais utilizados nos motores atuais, este tipo de óleo é produzido a partir do petróleo bruto, mas possuem menor resistência às temperaturas, devido até mesmo à presença de elementos variados em sua composição. Foi usado por muitos anos nos motores das décadas passadas.
Nos motores mais novos, é comum usar o óleo sintético, mesmo que não sejam de alta cilindrada. Contudo, até mesmo esses motores de pequeno porte possuem, em comparação aos antigos, uma performance muito melhor.

A importância do Filtro de Óleo


Não menos importante, claro, é o filtro de óleo. Isso, porque ele simplesmente segura as partículas que vão sendo coletadas pelo óleo em seu circuito dentro do motor, quando este passa pelo filtro. O melhor período para a troca do filtro é aquele mesmo usado para a troca do óleo, contudo, não é problema se você trocá-lo alternadamente entre as trocas de óleo, ou seja, vez sim, vez não. Mas, se sua moto é daquelas usadas em ambientes rurais, troque-o com a mesma frequência (e nunca ultrapasse a quilometragem recomendada no manual).

Cuidado com os vazamentos

Não é incomum, após alguns milhares de quilômetros rodados, você parar a moto e perceber, logo em seguida, que ela "derramou óleo" - seja na sua garagem ou mesmo ao estacionar em um local em via pública. Aliás, o que se vê com bastante frequência são manchas de óleo no chão.
Quando isso ocorre, é sinal que a junta (ou guarnição, como é definida em alguns modelos de motos) já não está boa - então, junta tudo e joga fora. 😂 Brincadeira. Dirija-se o mais rápido possível a uma oficina e peça uma revisão geral, onde inclua limpeza do motor e consequente troca dessas juntas. Não é nada bom, muito pelo contrário, vazamentos ocorrerem, já que diminuem o volume de óleo necessário para manter o conjunto funcionando. "Ah, mas tá muito caro levar a moto a uma oficina, hoje em dia..." Tá, concordo, mas é um trabalho de valor e preventivo, já que, se o motor rodar sem óleo suficiente, o custo disso poderá ser 3 vezes maior (ou até mais). Cuida de quem te leva pra cima e pra baixo, além de fazer sua alegria.
Um motoabraço e até a próxima, galera!!!



Fontes de pesquisa:
- Manutenção em Foco (site)
- Superbid (blog)
- Texaco (site)
- Escola do Frentista (Youtube)

Imagens: Divulgação


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

MOTOS VOADORAS: VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA O FUTURO?

Salve, irmãos motors!!! Tudo bem com todos vocês?

Este artigo prevê o futuro, que já está acontecendo, por incrível que pareça: Motos voadoras. E você, está preparado para este futuro?

A conquista das alturas

Há mais de um século, um renomado aeronauta, esportista e inventor brasileiro construiu e voou com o primeiro balão dirigível movido a gasolina do mundo, batizado como Nº 6. E fez sucesso! Seis anos depois, o mesmo homem dava uma demonstração de que o futuro estaria no ar: ele apresentava seu Oiseau de Proie (ou Ave de Rapina), mais conhecido como 14-Bis, a um público fervoroso em Paris, França1. O homem em questão nem precisa ser apresentado, não é? Trata-se de Santos Dumont que, para nós brasileiros e também para os europeus, foi o inventor do avião. Os norte-americanos, claro, não aceitam tal afirmativa, pois, para os mesmos, os inventores do avião foram os irmãos Wright. Mas, não cabe a mim, aqui, entrar nessa discussão. Se quiser saber mais sobre esse assunto, recomendo consultar outras fontes a respeito. 

Fig. 1. Nº 6, o primeiro balão dirigível do mundo, criado pelo
brasileiro Alberto Santos Dumont.

Fig. 2. Nesta fotografia de 1906, o famoso 14-Bis, o primeiro aeroplano que
realmente voou, nos testes em Paris.

O fato é que, após o bem sucedido voo de Dumont, o mundo já não seria mais o mesmo. O avanço da aeronáutica chegou a um ponto onde, hoje em dia, é possível cruzar todo o globo terrestre em questão de horas, e com muita segurança, usando-se aviões. E aviões muito, mas muito maiores que o 14-Bis. A isso, indiscutivelmente (sorry, americans!) devemos ao brasileiro Santos Dumont.

Dos Aviões aos Drones

Mesmo puxando sardinha para Dumont, haviam outros inventores extremamente loucos por saírem do chão e conquistarem o ar. Tanto que, em 1907, portanto, um ano após o primeiro voo do 14-Bis, os irmãos franceses Bréguet e Paul Cornu apresentavam seu protótipo de aeronave com hélices horizontais à Academia de Ciências da França, mas seu voo foi de apenas 20 segundos e somente a 50 centímetros do chão2. Mas, não passava disso. 

Fig. 3. Projeto dos irmãos Cornu. Sem sucesso.

Fig. 4. Paul Cornu em sua "flying bycicle"

Fig. 5. Motor Wankel, ou Rotor
Já no ano seguinte, 1908, viria a invenção que mudaria os rumos desta aeronave de decolagem vertical: o motor rotativo. Este motor conta com rotor, ao invés de pistões e bielas, tem dimensões menores que os motores convencionais e é capaz de gerar mais potência que estes. A "peça" foi inventada por Emil Berliner, porém, sem qualquer sucesso prático, naquela época. A não ser, claro, seu proveito por parte de outros inventores, que tentavam sucessivas vezes torná-lo realmente funcional, o que veio acontecer somente em 1938, quando o alemão Anton Flettner3, já munido com os rotores Wankel, desenvolveu e pôs para voar o FL-265. Em tempo: Felix H. Wankel4 (1902-1988), foi um engenheiro alemão que conseguiu, finalmente, dar vida útil aos rotores - tanto que, hoje em dia, os rotores também são conhecidos por "motores wankel". Wankel criou seu rotor em 1924, patenteando-o 9 anos depois. A partir disso, os helicópteros foram ganhando espaço aéreo, até chegarem ao que vemos hoje: helicópteros enormes, como também, pequenas aeronaves não tripuladas, ou VANTs (ou drones). 

 Antes que eu me esqueça, uma curiosidade: você sabia que os  helicópteros têm origem da ideia do giroscópio, um projeto de 1480 e  que foi idealizado por ninguém mais, ninguém menos que Leonardo  DaVinci? Pois é, o cara era fodão demais!!!

Fig. 6. Quase 600 anos nos separam da ideia de DaVinci
e as moto-voadoras.

Tudo bem, mas o que tudo isso tem a ver como motociclismo, pô?  Afinal, esse é um blog sobre motos e não sobre aviões e helicópteros.  Por favor, recorra novamente ao título desta postagem, sim? [rsrsrs] Chegaremos lá.

Dos Drones às Motos Voadoras (ou Aircraft Hovers)

Os VANTs (Veículos Aéreos Não-Tripulados), carinhosamente conhecidos por Drones (Zangões, em português), são hoje uma realidade que, há pouco mais de uma década era só imaginação de muita gente. Pequenas aeronaves capazes de não só voar controladamente por meio de um controle remoto, como também de filmar e fotografar com imagens em alta definição, bem como servir de armas letais de uso militar (infelizmente, caiu nisso também, como os aviões5 e os próprios helicópteros).

Fig. 7. Os drones são hoje uma realidade para uso
profissional e também de lazer.

Fig. 8. Modelo de Hovercraft
Como já haviam os hovercrafts, aqueles veículos aquáticos que, ao invés de serem impulsionados por uma ou mais hélices posicionadas abaixo da linha d'água, as mesmas são instaladas na popa do barco (que mais é um tipo de bote grande do que um barco), que o fazem avançar pela superfície (especialmente, em regiões pantanosas e locais onde um motor de barco convencional não passaria), ao que tudo indica, também colaboraram para esta invenção da qual estamos lidando neste artigo. Se você prestar bem atenção, tanto carros quanto motos voadoras parecem ter procedência forte do "casamento" entre drones e hovercrafts.



Mas, vamos falar sobre as motos, sem mais delongas.

Os Modelos Atuais

Já chegando aos atuais modelos de motos-voadoras, já chamadas na Europa de hover-bikes, são veículos capazes de transportar (por enquanto) uma só pessoa, que é o piloto, e que podem ser controladas também por controle remoto (dependendo da marca e modelo), sem piloto algum em seu assento.

Algumas start-ups e empresas pouco conhecidas pelo público em geral, deram seus primeiros passos na produção e comercialização desse tipo de veículo. Alguns, inclusive, já estão disponíveis para compra - mas, se estiver interessado, espero que seja rico (ou doido) o bastante para poder ter o seu. 

Vamos conhecer algumas dessas maravilhas modernas.

HOVERSURF SCORPION 3

A Hoversurf, sitiada em Moscou (RU) e comandada pelo jovem empreendedor Alex Atamanov, é uma das empresas mais bem vistas em matéria de motos-voadoras, ou hoverbikes, como as chamam6.

Seu foco primário foi o transporte de passageiros, como o serviço de táxi aéreo por drone, mas a ideia foi além. Entre drones menores e veículos aéreos tripulados, com capacidade para duas ou mais pessoas, esta empresa apresentou a "moto-voadora" Hoversurf Scorpion 3 (ou S3) a uma galera bem abastada na MAKS21, a maior e mais famosa feira de aeronaves da Rússia. E já tem potenciais compradores na fila, entre eles, pobretões de Dubai. Inclusive, já foi testado pela polícia daquele emirado e, acredito que em pouco tempo estará ajudando a combater o crime e/ou controlar o trânsito naquela "modesta cidadezinha" [rsrs]. 

Fig. 9. Hoverbike S3 demonstrada na MAKS21, em Moscou.

Fig. 10. Hélices propulsoras da
Hoverbike
Sua "fuselagem" é de fibra de carbono. Com capacidade para uma só pessoa, o piloto, a S3 é na verdade um quadricóptero alimentado por baterias, que ainda se limita a altitude de no máximo 15 pés (ou 4,6 m), velocidade de até 69 km/h (46 mph) e tempo de voo entre 15 e 40 minutos, dependendo do peso do 
piloto ou carga que leva consigo (desconsiderando seu próprio peso, que é de 114 kg). Segundo a empresa fabricante, se não for utilizado o software limitador de altitude, a S3 pode alcançar até 305 m de altitude (ou 1.000 pés). Seu alcance é de 13 milhas, ou 21 km. A decolagem pode ser feita com o peso extra de até 104 kg, ou seja, para aqueles que passam desse peso, é melhor esquecer. Porém, a velocidade ainda é limitada, de qualquer forma7.

E se caso uma das hélices parar de funcionar em pleno voo? Conforme diz a própria Hoversurf, o sistema de segurança da hoverbike entra em ação automaticamente, no qual as outras hélices fornecem sustentação e a moto pousa automaticamente, sem a interferência humana.

No facebook oficial da empresa, a legenda de uma das fotos é (traduzida): "Todo mundo que uma moto voadora. Mas nem todos se atrevem a perseguir seus sonhos." E você, se atreveria?

Figs. 11 a 13. Hoverbike em ação.



Fig. 14. No lugar de guidão, duas manetes equipadas
com botões permitem pilotar a Scorpion 3

JETPACK SPEEDER

A Jetpack Aviation é uma empresa sitiada em Los Angeles, CA, nos EUA. Já é conhecida por (ainda) um seleto público, devido a produção e comercialização do Jetpack, um aparelho que, colocado nas costas tal qual uma mochila de paraquedas, leva a pessoa para os ares, literalmente. 

Fig. 15. O Jetpack pessoal tornou a empresa
mundialmente conhecida.

Atualmente em produção, a Speeder é considerada a primeira motocicleta voadora com propulsão a jato do mundo8. Mesmo assim, o site oficial já disponibiliza a pré-venda desta moto a jato.

Disponível em três versões - recreativa, comercial e militar -, a Speeder é impulsionada por turbinas a jato e integralmente estabilizada pelo sistema VTOL (Vertical Take off and Landing) e considerada pela empresa "a melhor aeronave pessoal já construída". E, por ser completamente estável, a empresa completa que "(...) significa que ela requer o mínimo de treinamento para ser pilotada". Sei não, hein... [rsrs]



Fig. 16 e 17. Visual altamente futurista, a Jetpack parece ter saído
da animação dos Jetsons.


De acordo com a fabricante, a Speeder por atingir uma velocidade de cerca de 150 mph (240 km/h) e voar a uma altitude de até 15 mil pés (ou 4.572 m)!! "Mas, não esperamos que muitos de nossos clientes precisem disso tudo", diz o site da empresa.

A versão recreativa deve ser dividida em dois modelos: UVS (Ultralight Version), que não requer licença específica de pilotagem, limitada a 5 galões (18,9 lts) de combustível e velocidade máxima de 60 mph (96,5 km/h). Já o modelo EVS (Experimental Version) "exigirá licença de piloto para voar e não terá restrições de combustível ou velocidade", segundo a fabricante, em seu site. O peso (seco) desta gracinha de 308 mil dólares é de 104 kg e pode carregar um piloto de até 110 kg (em torno disso).

A versão comercial, que pode ser convertida para uso militar, terá a missão principal de "salvar vidas", de acordo com a Jetpack Aviation. Esta versão pode ser pilotada ou operada remotamente, devendo ser utilizada em missões de procura e resgate, como também no transporte de cargas, cujo peso máximo não é informado no site, assim como seu preço.

Fig. 18. A Speeder em suas versões Militar (esq) e Comercial (dir).

Ambas as versões possuem autonomia para 20 a 30 minutos de voo, dependendo do peso que elas carregam consigo durante o voo. Em um voo não tripulado, evidentemente, o tempo e a distância percorridas são maiores.

LAZARETH LMV 496

Com certeza, assim como para mim, veio o nome de uma banda de rock dos anos 70 em sua mente, agora, confessa. [rsrs] Uma ótima banda de rock, diga-se de passagem, a qual ouço desde garoto, lá no interior, onde eu nasci.

Lazareth, entretanto, é o nome da empresa francesa sitiada em Annecy-le-Vieux, que leva o sobrenome de seu CEO, Ludovic Lazareth. 

A empresa é especializada em produzir veículos (para lá de) especiais, incluindo bikes, trikes (triciclos), motos, o exclusivíssimo Wazuma e pequenos carros (incluindo o Amphibie, que mais se parece uma miniatura de um Jeep '68, que pode ser usado em terra ou na água). São especialistas também em dotar modelos da Yamaha, por exemplo, de características exclusivas.

Fig. 19. Wazuma - seis rodas (3x2), não voa, mas possui alta tecnologia e valor altíssimo para nós,
pobres mortais: 200.000 €

Na Europa, especialmente na França, é comum ver nas ruas uma de suas criações, que a tornou mundialmente conhecida, que é o modelo LM 847, uma moto de quatro rodas, justapostas em dois conjuntos - um dianteiro e outro traseiro.

Fig. 20. Lazareth LM 847, a "mãe" que deu origem ao visual e outros detalhes na LMV 496

Mas, neste artigo, quero que você conheça o modelo que, em breve, estará disponível comercialmente (se é que, a esta altura já não esteja) para o mundo todo: LMV 496, sua moto voadora. 

Inspirada no visual da LM 847, esta motocicleta tem características de uma verdadeira muscle-motorbike, pelo tamanho e visual agressivo que ela possui. Apesar de serem parecidas (nas laterais e nas rodas de fibra de carbono), as diferenças entre ela e sua "mãe" começam a partir da motorização: a LMV 496 possui um motorzão de 1300 cv movido a querosene de avião, que gera 285 kgfm, porém, pode-se dizer que, infelizmente, ela possui autonomia para apenas 10 minutos de voo. Na terra (sim, ela é conversível), evidentemente, tem autonomia maior, mas não é informada pelo fabricante e, seu site9.

Fig. 21. Criatura e criador: a LMV 496 ao lado de Ludovic Lazareth

Sua posição de pilotagem e a direção leve proporcionam uma grande aderência e, juntando-se isso à suspensão desenvolvida pela TFX Suspension Technology, a deixa uma moto de grande estabilidade nas curvas. Sem falar, claro, no conjunto de quatro rodas (2x2). Seu sistema de frenagem é um dos pontos fortes, sistema este desenvolvido pela própria Lazareth e aplicado a todos os seus veículos.

Além das informações padrões em motocicletas de alta tecnologia, o painel de instrumentos da LMV 496 fornece dados de voo ao piloto, como: velocidade de cruzeiro, altitude, potência atual das turbinas, entre outras informações.

Fig. 22. A LMV 489 tem visual muito parecido com o da LM 847, inclusive, e principalmente, nos dois conjuntos
de duas rodas cada.

E, afinal, como ela voa, sendo que ela serve tanto para a terra como para o ar? Teoricamente, o conceito é simples: no pressionar de um botão (com ela parada e com os "tripés" acionados), cada uma de suas rodas muda da posição vertical para a horizontal, evidenciando suas quatro turbinas, uma em cada roda, que dão a ela a propulsão necessária para o voo. Logicamente, há muito mais detalhes em torno disso, mas não tenho essa informação extra.

Fig. 23. Para voar, as rodas são suspensas e postas na horizontal, e cada uma dispõe uma turbina, a qual sustentará a moto no ar.

A maior parte do material do "corpo" da LMV é feito em Carbono Kevlar - leve e altamente resistente. 

Para quem quiser adquirir uma destas, primeiro: deve morar na Europa, pois no Brasil (hehe) não há lei que permita utilizarmos, ainda, esse tipo de veículo. Ela é produzida e homologada conforme a legislação francesa e, além do mais, tem edição limitada: apenas 5 modelos são produzidas e, assim mesmo, sob encomenda. 

Fig. 24. Note os tripés acionados, para que as rodas sejam suspensas e as turbinas possam entrar em ação.

E então, qual dessas você escolheria pra chamar de sua? Deixe aí nos comentários.

É, galera, o mundo mudou muito e, de agora em diante, mudanças mais radicais serão vistas, especialmente, no que tange a veículos e tecnologia. Não só em motos, como também em diversos outros tipos de transportes, como temos acompanhado nas notícias do mundo inteiro. Quando adolescente, lá pelos anos 80, já se falavam em "carros voadores", mas a única forma de tirarmos alguma ideia disso era assistindo ao Jetsons. Não pensávamos em motos voadoras, como estas que acabamos de ler a respeito, pois parecia ser uma ideia fora de contexto. Mas, a tecnologia parece estar nos mostrando que teremos muita coisa "doida" pela frente. Quem viver, verá. Motoabraço!





Fontes:
1. Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Dumont - acessado em 11/08/2021)
2. Site Adslatin (https://adslatin.com/quem-inventou-o-helicoptero/ - acessado em 11/08/2021)
3. Idem.
4. Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Wankel e https://pt.wikipedia.org/wiki/Felix_Wankel - acessados em 11/08/2021)
5. Há relatos que Santos Dumont não teria ficado feliz com sua invenção que, em pouco tempo, acabaria se tornando também uma arma de guerra. Dumont faleceu em Julho de 1932, vítima de uma gravata: sim, ele teria se enforcado com sua própria gravata num quarto do Grand Hotel La Plage, em Guarujá. Há controvérsias a respeito disso, também. Mais informações, consultar a Wikipedia ou outros documentos a respeito.
6. http://www.hoversurf.com
7. Evtol (https://evtol.news/hoversurf-scorpion/ - acesso em 11/08/2021)
8. JetPack Aviation (http://www.jetpackaviation.com - acesso em 11/08/2021)
9. Lazareth Auto Moto (http://www.lazareth.fr)
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Fontes secundárias de algumas imagens: 
http://www.museuvirtualsantosdumont.com.br/n-6.html
http://gyroscope.nl/html/background.html

sábado, 7 de agosto de 2021

COMPARATIVO: YAMAHA FAZER 250 x HONDA CB 250F TWISTER

COMPARATIVO: YAMAHA FAZER 250 x HONDA CB 250F TWISTER

Salve, motors de todo o Brasil e também do exterior (por incrível que pareça, há brasileiros em outros países que acompanham este blog). Todos muito bem?

Este artigo traz uma boa comparação entre duas urbanas bastante vendidas aqui, nas terras tupiniquins: a Yamaha Fazer 250 e a Honda CB 250F Twister. Afinal, qual delas é melhor comprar*?



Design

Antes de mais nada, gostaria de salientar que "gosto é gosto e não se discute". Acho que todos nós temos isso como premissa, né? Apesar de muitos se esforçarem para te convencer ao contrário (ou ao gosto deles). 

Fig. 2. A linhas de design da Fazer
Olhando rapidamente, ambas seguem a mesma linha de design: naked, carenagens
pequenas, escape com o bojo mais largo, rodas de liga leve, pneus sem câmera e visual esportivo. E acho que é só. As diferenças passam a ser vistas ao se aproximar dessas motos e dar atenção aos detalhes.

Numa analogia meio esquisita, eu diria que a CB 250F está com 3 meses de academia, enquanto a Fazer 250 já tá se aproximando dos 12 meses. Ela é mais "bruta" do que a da Honda, dando até a impressão de ser uma moto de motor maior. Tanto que, em peso (seco), a Yamaha Fazer possui 12 kg a mais que a CB 250F


Fig. 3. Linhas de design da CB 250F Twister

- 149 kg contra 137 kg. A Yamaha, com comprimento de 2.015 mm, é ligeiramente mais estreita do que a CB 250F, que possui 2.065 mm (traduzidos em metros: 2,01 contra 2,06). Em termos de largura, a Fazer possui 770 mm, e a CB, 753 mm. Na altura, a Honda também "ganha", com seus 1.072 mm contra 1.070 mm da Yamaha. 

Motor

Agora, vem a parte mais desejada por todo motoqueiro: o coração da máquina, o motor. Ambas possuem 250 cc (para ser mais exato: 249,5 cc), porém, qual das duas leva a melhor, no final, contabilizando-se todas as características?

Fig. 4. Motor da Yamaha Fazer 250

Os dois modelos são bicombustíveis, ou seja, flex. Seus motores são monocilíndricos, 4 tempos, e utilizam comandos simples para controlar a abertura e o fechamento das válvulas de admissão e escape (SOHC). Enquanto a Yamaha é bivalvulada, a Honda conta com 4 válvulas: ou seja, enquanto Fazer possui resposta de torque mais rápida, a CB 250 conta com um melhor desempenho posterior. 

Fig. 5. Motor da CB 250F Twister


Em termos de potência e torque, de acordo com as características técnicas dessas motos, a CB 250F está ligeiramente à frente, como mostra a tabela a seguir:

Por esta tabela, é fácil deduzir qual das duas motos se dá melhor em velocidade final.

Por esta tabela, vimos que a CB 250F entrega mais potência e mais torque com menos giro de motor, o que pode ter um resultado significativo no final, tanto em velocidade quanto em economia.

Outro fator que influencia bastante neste tipo de resposta é o câmbio: enquanto a Fazer possui 5 marchas, a CB 250 conta com mais uma, dando mais "espaço" para o motor trabalhar e, consequentemente, melhor desempenho.

A capacidade do cárter não influencia, lógico, na velocidade ou no desempenho, contudo, conta na hora da troca. A Fazer usa somente 1,35 litro de óleo (recomendado: 10W-40), enquanto que o bojo da CB 250 é um pouco mais guloso: 1,8 litro (recomendado: 10W-30). 

Consumo

Agora, vem o mais interessante: apesar dos números, a CB 250F consome mais combustível do que a Fazer.  

Fig. 6. A Fazer é mais econômica do que a CB 250F

Enquanto a Honda, com sua capacidade para 16,5 litros de combustível, tem uma autonomia por volta de 400 km, a Yamaha chega aos 490 km, com um tanque de 14 litros. Isso quer dizer que a Fazer pode fazer 35 km/l, enquanto que a CB 250F, 25 km/l, se tiver uma média excelente.

Eletrônica et all

As partes elétricas - e tudo o que elas envolvem - dessas queridas urbanas não deixam a desejar, apesar das diferenças entre os modelos.

Fig. 7. Painel monocromático da Fazer

 Primeiramente, vamos comparar os painéis. O   painel nada mais é do que a forma com que a   moto tem para se comunicar com seu piloto,   pois a partir dele é que sabemos em que   velocidade estamos, quanto já rodamos   (odômetro), a quantos giros está o motor, se há   ou não combustível suficiente, entre outras   informações.

  Tanto a Honda quanto a Yamaha não deixaram de lado tais informações em seus painéis de Led. Contudo, na minha singela opinião, a CB 250F conta com um painel mais bonito, talvez, pelas cores aplicadas no fundo. O painel da Fazer é de fundo monocromático com os caracteres e marcadores em preto. Só não é pior porque a Yamaha trocou a sépia pelo cinza claro. O que difere - e achei até bacana pra caramba! - no painel da Fazer é o marcador de combustível, que simula um mostrador de ponteiro analógico.

Fig. 8. O painel da CB é mais chamativo.

Não tem jeito, em termos de faróis, os engenheiros de ambas as fabricantes não perderam a linha "transformers" que vem sendo aplicada em diversas motos, especialmente, as  esportivas e as urbanas que as "imitam". Para ornamentá-los melhor, eles são envoltos e sustentados por uma carenagem frontal, que acaba colaborando para o desenho final dos faróis. Enquanto a CB 250F Twister tomou emprestado o farol da Hornet 600, a Fazer parece ter mais originalidade. Ambas utilizam lâmpadas de Led, tantos nos faróis dianteiro e traseiro, como nas setas.


Fig. 9. Farol da Fazer

Fig. 10. Farol da CB 250F


As baterias são de 12V, contudo, a Fazer é de 6Ah, enquanto que a CB, 5Ah. No final, isso não faz grande diferença.

Aros e Freios

A Fazer vem equipada com os ótimos pneus Pirelli Sport Demon, nas medidas 100/80-17 na dianteira e 140/70-17 na traseira, ambos sem câmera, evidentemente. Os freios da Fazer são ABS, mas de disco simples, cada um. 

Já a CB 250F Twister vem também com pneus Pirelli, modelo Diablo Rosso, nas medidas 110/70-17 na dianteira e 140/70-17 na traseira, e assim como na Fazer, ambos são tubeless (sem câmera). Ambos os freios são ABS com acionamento hidráulico.

Preços

Conforme pesquisa, o preço básico sugerido pelos fabricantes dessas motos no lançamento delas era:

Yamaha Fazer 250            R$ 17.690,00 (ano/mod. 2021)

Honda CB 250F Twister    R$ 16.690,00 (ano/mod. 2021)


Conclusão

Não gosto (muito) de deixar minha opinião, mas, sinceridade... eu ficaria com a mais cara. Não por ser mais cara, ou por ser Yamaha, mas pelo conjunto da obra. Como não estou aqui para ser piloto de corrida, muito menos, dentro dos limites urbanos, a Fazer parece oferecer melhor pilotagem, ótima aderência, conforto (estável e bem semelhante em ambas) e, principalmente, melhor autonomia. 

Fica por sua conta a escolha, pois a briga Yamaha x Honda é eterna. Motoabraço e fiquem todos na paz.





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* As comparações foram feitas sobre motos "zero km", ambas modelo 2021, com todas as suas configurações de fábrica. 

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