quinta-feira, 30 de outubro de 2025

A Chave da Estrada: Manutenção Essencial que Todo Motociclista DEVE Saber!

 Um Guia para Você não Ficar na Mão


Salve, motors!

Se você é louco por motos, seja pilotando uma ágil scooter, uma robusta custom, uma versátil naked ou até mesmo uma off-road para terrenos acidentados, a manutenção é o seu principal aliado para garantir segurança e longevidade. Com o crescente número de veículos de duas rodas nas ruas, saber como cuidar da sua máquina é fundamental.



A manutenção básica não serve apenas para evitar que sua moto não ligue; ela garante que o principal elemento de segurança — os freios — esteja sempre em ordem. Felizmente, muitas verificações podem ser feitas em casa, economizando tempo e dinheiro. Outras, porém, exigem o olho e as ferramentas de um profissional.

Confira nossas dicas essenciais, não importa a marca ou o modelo de sua motocicleta.


Mão na Graxa: O que Você Pode Fazer em Casa (DIY)

Para evitar gastos desnecessários e manter sua moto rodando suavemente, o proprietário deve se atentar a alguns pontos de verificação e lubrificação que são relativamente simples:

1. Cuidado com os Pneus e a Calibragem

A pressão dos pneus impacta diretamente a estabilidade. Você deve calibrar


os pneus em uma frequência máxima de 15 dias ou a cada 1.000 km rodados, o que vier primeiro.

  • Dica importante: Coloque a pressão indicada para o seu tipo de moto. Lembre-se que uma pressão menor causará maior desgaste dos pneus, enquanto uma pressão maior pode gerar desconforto ao pilotar.

2. Corrente: Lubrificação é Vital

A corrente é uma das peças mais importantes, pois leva a força do motor até as rodas. Para evitar problemas graves, como o travamento das rodas ou a perda de aceleração, você deve:

  • Lubrificar: Mantenha a corrente lubrificada, utilizando uma graxa específica para transmissão de motos.
  • Atenção: Nunca reutilize óleo velho do motor para lubrificar a corrente, pois isso pode causar danos ao componente.
  • Tensão: Verifique a tensão adequada da corrente, que geralmente está escrita na moto ou no manual. Evite folgas ou apertos exagerados.


3. Olhe os Freios (Tipo Disco)

Nos freios a disco, as pastilhas são facilmente visíveis e expostas. Faça uma

inspeção visual rápida para:

  • Conferir se as pastilhas não estão desgastadas.
  • Verificar se os discos estão empenados.

4. Lubrificação e Regulagem dos Cabos

Os três cabos principais — dos freios, da embreagem e do acelerador — são essenciais, e o rompimento de qualquer um deles pode levar a um acidente grave. Eles são facilmente localizados, próximos aos respectivos componentes.

  • Lubrificação: Procure lubrificar e regular os cabos sempre para aumentar sua vida útil. Use produtos em spray, pois alcançam mais facilmente todo o comprimento do cabo.
  • Regulagem: Você pode fazer a regulagem básica por meio dos ajustadores que ficam nas pontas dos cabos.

Quando Visitar a Oficina: Manutenção Profissional

Alguns serviços exigem um conhecimento técnico aprofundado e ferramentas específicas, sendo essenciais para o bom funcionamento e a segurança da sua moto.

1. Troca de Óleo e Filtro do Motor

O óleo é primordial para o bom funcionamento, pois ele auxilia o motor durante o atrito de seus diversos componentes que rodam em alta velocidade. Se o lubrificante envelhecer e perder a viscosidade, as peças podem se desgastar, gerando barulho anormal e falha no motor.

  • Atenção Profissional: O mecânico deve fazer a troca no intervalo correto e, principalmente, obedecer às especificações de fábrica quanto ao tipo e à espessura do óleo. Cumprir essas indicações é um passo importante para o bom funcionamento da sua máquina.

O filtro de ar também deve ser verificado por um profissional. Ele impede que as impurezas do ar cheguem às câmaras de combustão. Se estiver sujo, ele não consegue reter a sujeira e pode interromper a passagem do ar, afetando o motor. O profissional deve verificar se é necessária a troca ou se o filtro pode ser lavado.


2. Manutenção e Reparo dos Freios

Embora a verificação visual seja simples, a manutenção e a troca dos componentes de freio devem ser feitas na oficina.

  • Pastilhas e Fluidos: No caso dos freios a disco, se as pastilhas estiverem em estado precário, a troca é essencial para que não causem danos também ao disco. Além disso, o fluido de freio precisa ser checado.
  • Freios a Tambor: Quando os freios são a tambor, a análise interna e a troca de pastilhas exigem a desmontagem do componente.

  • Sinais de Alerta: Caso você perceba o pedal do freio traseiro mais baixo do que o normal, a alavanca do freio dianteiro meio mole, ou barulhos anormais ao acionar o freio, é provável que precise de uma troca de pastilhas urgente na oficina.

3. Reparo ou Troca dos Cabos

Se, durante sua inspeção em casa, você identificar que os cabos (freio, embreagem ou acelerador) estão danificados ou prestes a romper, é crucial que o serviço de troca ou reparo seja realizado por um profissional.

Ao prestar atenção constante a estes cinco pontos principais, você garantirá que sua paixão de duas rodas — seja ela qual for — estará sempre pronta para a estrada.

Então é isso, galera! Motoabraço!

terça-feira, 28 de outubro de 2025

CFMOTO IBEX 450 PROMETE REVOLUCIONAR O MERCADO BRASILEIRO

 COMPETITIVA, PODERÁ DESBANCAR ALGUMAS MARCAS

Fig. 1. Prepare-se para sua nova aventura com a CF 450. Foto: divulgação.
Salve, Motors!

Preparem os capacetes e ajustem as manoplas, porque o mercado brasileiro de trail/adventure está prestes a presenciar um verdadeiro divisor de águas! A CFMOTO acaba de confirmar um novo capítulo no país, e o grande destaque dessa ofensiva é a moto que promete revolucionar o segmento de média cilindrada: a CFMOTO IBEX 450.

Com lançamento confirmado para o primeiro semestre de 2026, a Ibex 450 (conhecida globalmente como 450 MT) não chega apenas para disputar preço, mas sim para reposicionar a régua do segmento médio. Ela foi concebida para preencher aquela lacuna entre as aventureiras leves e as grandes de ticket elevado, combinando facilidade de uso no dia a dia, robustez para enfrentar estradas de terra e um pacote eletrônico que inspira confiança.

O Coração Bicilíndrico: Potência e Suavidade

O motor da Ibex 450 é uma obra de engenharia focada no equilíbrio. Estamos falando de um bicilíndrico paralelo de 449 cm³, DOHC, que entrega 44 cv (ou 31 kW) de potência a 8.500 rpm. O segredo do seu desempenho reside no virabrequim a 270º, uma configuração que proporciona um torque em baixa rotação e resposta rápida, resultando em um ronco encorpado e desempenho que se assemelha a um V-Twin. Além disso, os balanceiros duplos foram projetados para garantir uma aceleração suave e menos vibração, elevando o conforto em todos os terrenos, inclusive em velocidades de cruzeiro.

Fig. 2. Motor bicilíndrico de 449 cm3 com 44cv de potência. Foto: Divulgação


Com um tanque generoso de 17,5 L, e relatórios de testes internacionais sugerindo médias de 20–23 km/L, a autonomia projetada da Ibex 450 fica na casa dos 300 a 350 km sem sufoco.

Fig. 3. Tanque de 17,5L e consumo na faixa dos 20 a 23 km/l podem gerar boa autonomia, de até 350 km. Foto: Divulgação


Pronta Para o Rally, de Fábrica

A CFMOTO não economizou nos itens pensados especificamente para o off-road. A Ibex 450 já vem equipada de fábrica para ir onde outras não chegam, trazendo itens cruciais:

  1. Rodas Raiadas 21”/18”: A combinação de 21 polegadas na dianteira e 18 na traseira (ambas tubeless) é fundamental para quem leva o off-road a sério, mantendo a roda dianteira mais "plantada" e progressiva no cascalho.
  2. Suspensão Premium: O conjunto é composto pela suspensão KYB com 200 mm de curso em ambas as rodas. Esse curso extenso garante absorção eficiente de impactos em estradas de terra.
  3. Equipamentos de Aventura: A moto conta com 220 mm de altura do solo, radiadores maiores, retrovisores dobráveis, bolha ajustável estilo rally, protetores de mão e pedaleiras com insertos removíveis.

Tudo isso, combinado a um chassi que oferece uma dinâmica de direção responsiva e um peso a seco competitivo de cerca de 175 kg, faz dela uma opção extremamente competente.

Fig. 4. Rodas raiadas e suspensão Premium: pronta para a aventura. Foto: Divulgação


A Eletrônica Que Encurta Distâncias

O verdadeiro diferencial da Ibex 450, que a coloca em um patamar superior frente a rivais diretas, é o seu pacote eletrônico avançado e acessível. Enquanto muitos recursos são restritos às versões premium na concorrência, a 450 MT entrega tudo isso já de fábrica:

  • ABS Comutável na Traseira: O sistema ABS de dois canais permite que você desative o ABS da roda traseira através de um botão no guidão. Esse detalhe é crucial para o controle total em descidas íngremes ou para travar a roda traseira em curvas no off-road, tornando a pilotagem mais divertida e segura em pisos soltos.
  • Controle de Tração (TC) Desligável: Para máxima liberdade na areia ou lama, o piloto pode desligar totalmente o controle de tração, uma flexibilidade que aumenta a versatilidade do modelo.
  • Conectividade Total: A moto vem equipada com um painel TFT de 5 polegadas em cores com excelente visibilidade. Há conectividade via Bluetooth para sincronizar o smartphone, permitindo acesso a notificações e gerenciamento de música.
Fig. 5. Ela não é só uma moto bonita. É forte, segura e prática. Foto: Divulgação


Este conjunto eletrônico traduz-se em segurança, conforto e praticidade, encorajando o aventureiro iniciante e dando maior controle ao piloto experiente.

Onde a Ibex 450 se Posiciona no Mercado

A CFMOTO Ibex 450 chega para ser a opção intermediária ideal. Ela oferece recursos (bicilíndrico, rodas 21/18, ABS comutável) que não são facilmente encontrados juntos em motos de preço similar:

  • Contra as monocilíndricas (Ex: Himalayan 450 / KTM 390 Adventure): Embora a Himalayan seja mais acessível e simples, a Ibex 450 entrega um motor mais cheio, bicilíndrico mais suave e um pacote eletrônico moderno (ABS/TC). Já frente à KTM 390 Adventure, que é leve e refinada, a Ibex se destaca pelo motor mais confortável em viagens longas e a combinação de rodas 21/18.
  • Contra as médias-grandes (Ex: Honda NX 500): A Honda NX 500 tem reputação consolidada e motor mais potente, mas possui um preço significativamente mais elevado (acima de R$ 45.000) e geralmente usa roda 19" dianteira. A Ibex 450 se destaca ao oferecer roda 21" dianteira, eletrônica avançada e um valor potencial mais baixo.
Fig. 6. Você consegue imaginar uma dessas em sua garagem, só te esperando pra dar um rolê? Foto: Divulgação


A grande aposta é o preço: a faixa potencial sinalizada para a Ibex 450 no Brasil é de abaixo de R$ 40 mil. Se esse preço se concretizar, ela pressionará a concorrência, entregando sofisticação eletrônica que encurta a distância para as big trails premium.

Aguarde o primeiro semestre de 2026 e as cores que a acompanharão — Tundra Gray e Zephyr Blue — para ver de perto essa máquina que promete redefinir a aventura de média cilindrada! Se você valoriza o conforto do bicilíndrico e a segurança da eletrônica comutável, sem ter que fazer um investimento de categoria superior, a Ibex 450 faz muito sentido.



Ficha Técnica



Fique ligado no "Louco por Motos" para mais detalhes sobre a chegada da CFMOTO e a consolidação da rede de concessionárias, um ponto importante a ser acompanhado! Motoabraço!


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

MOTOROiD2: Sua Companhia Indispensável

O Futuro das Motos Está Presente 


Salve, Motors!

Prepare-se para conhecer o futuro da interação entre piloto e máquina, porque a Yamaha não está apenas construindo motocicletas; ela está criando companheiros. O MOTOROiD, apresentado pela primeira vez no Tokyo Motor Show de 2017, rapidamente se tornou mais do que um mero conceito. Ele é o ponto de partida para a MOTOROiD2, uma evolução que visa transformar sua moto em uma amiga indispensável.



A Máquina Que Gosta de Você

Quando o MOTOROiD original foi revelado, causou uma ampla gama de reações, desde a busca pelo preço do veículo até o feedback inesperado de que a máquina era "fofa". Isso é surpreendente, já que o design, resultado da busca pela otimização funcional e estrutural, é descrito como inorgânico, carecendo dos elementos que o tornariam aplicável como um animal de estimação. No entanto, seu comportamento único e realista, gerado por sua robótica e tecnologia inteligente avançadas, fez com que as pessoas identificassem nele uma familiaridade e afeição.

Fig. 1. Um dos primeiros conceitos da Motoroid2

O primeiro MOTOROiD obedecia ao chamado do proprietário, um relacionamento que foi visto como "semelhante ao de uma pessoa e um animal de estimação". Contudo, isso era mais uma relação de mestre-servo, com a máquina seguindo instruções. Com o desenvolvimento do MOTOROiD2, a Yamaha se propôs a sofisticar essa conexão, buscando um relacionamento mais próximo de amigos que são capazes de se comunicar e cooperar. O conceito central estabelecido para o design do MOTOROiD2 é o de ser "seu companheiro indispensável".

Fig. 2. Visual final da Motoroid 2


O objetivo final dessa comunicação mútua é gerar um Jin-Ki Kanno (a sedutora euforia sentida quando o piloto e a máquina verdadeiramente se tornam um) ainda desconhecido.

Interfaces Vivas e a Expressão de Vitalidade

A MOTOROiD2 é uma máquina que responde ao piloto. A maior parte de seu exterior é uma interface especializada para promover a interação mútua.

O melhor exemplo disso é o LEAF, um dispositivo háptico que funciona como a estrutura chave icônica. O LEAF possui uma forma orgânica e graciosa, com um acabamento semitransparente, o que é muito incomum para exteriores de motocicletas. Ele não só se transforma para otimizar o encaixe do piloto dependendo da postura de pilotagem, mas também funciona como um "sentido tátil" que recebe e responde às intenções do piloto. A transparência do LEAF também permite uma sensação de harmonia entre o MOTOROiD2 e os diversos estilos de vida do proprietário.


Essa máquina possui "vitalidade". Para visualizá-la, ela incorpora expressões emissoras de luz para demonstrar respostas táteis. Os designers exigiram um movimento bonito que replicasse a natureza, como os botões de uma flor ou um pássaro abrindo as asas. Controles precisos foram incorporados para ligar o movimento e a luz, expressando a "vitalidade" através da tecnologia.

Uma Nova Liberdade de Pilotagem: O Estilo Centauro

O MOTOROiD2 revoluciona a posição de pilotagem, introduzindo uma postura que liberta a parte superior do corpo, algo que era restrito nas motocicletas tradicionais devido às limitações operacionais.

Agora, o piloto pode fazer a transição entre três níveis de pilotagem:

  1. Postura Tradicional: Usando guidão, assento e pedaleiras (legado).
  2. Estilo Jóquei: Os joelhos são colocados no recém-instalado "apoio de joelho" (knee-hold).
  3. Estilo Centauro: O piloto pode ficar em pé, liberando completamente o uso da parte superior do corpo, em uma postura de meio-homem, meio-cavalo.

O MOTOROiD2 é capaz de responder a cada uma dessas posturas, transformando-se na posição ideal. O objetivo é que "O humano se funda com a máquina como se fosse uma criatura viva, permitindo que qualquer piloto experimente Jin-Ki Kanno".

Fig. 4. É o tipo de design que te agrada?


Tecnologia de Equilíbrio e Comunicação Inteligente

Para que essa fusão ocorra, a tecnologia subjacente está em constante evolução. O MOTOROiD é composto por tecnologias-chave, incluindo o sistema de controle de equilíbrio AMCES.

O AMCES permite que a máquina mantenha o equilíbrio de forma autônoma, movendo a parte ponderada da bateria enquanto retém a estrutura básica do veículo. No MOTOROiD2, o AMCES foi atualizado para realizar uma autonomia mais complexa e estável, adicionando coordenação com outras funções, como a direção. Isso permite a pilotagem autônoma com movimentos naturais e coordenados com o piloto, mesmo na faixa de baixa velocidade, onde as motocicletas convencionais enfrentam maior dificuldade.

Fig. 5. Pensada na postura do piloto. Será?


Além do equilíbrio, a comunicação é fundamental. Foram adicionadas câmeras de IA de reconhecimento de imagem em quatro direções: frontal, esquerda/direita, e uma câmera posicionada para capturar o rosto do piloto. Há uma constante alternância entre as câmeras para capturar as intenções do piloto. Isso permite que, por exemplo, o MOTOROiD2 mantenha uma distância apropriada do proprietário, possibilitando que pessoas e máquinas caminhem ou corram lado a lado, como se estivessem passeando. Houve também atualizações significativas nos gestos reconhecíveis, com o objetivo de que os pilotos possam comunicar sua intenção à máquina por meio de gestos sensoriais, e a máquina responda adequadamente.

A Essência do Companheiro Indispensável

O MOTOROiD2 se apresenta como uma forma de vida misteriosa. Se você chamá-lo, ele se aproxima naturalmente, brilhando como se estivesse fornecendo feedback, e o convida a se apoiar em seu corpo elegante. O piloto pode deslizar pelo ar com a máquina, abrindo um novo mundo de Jin-Ki Kanno, construído na confiança mútua ao nível de seu companheiro indispensável.

Fig. 6. O que parece pra você? Um louva-a-deus visto por cima?


Embora o conceito e as principais tecnologias por trás do MOTOROiD2 tenham sido anunciados, a Yamaha ainda não detalhou as formas e situações em que ele poderá ser aproveitado. Isso significa que a visão de futuro para esta máquina é, em última análise, uma pergunta feita ao próprio usuário. A Yamaha está contando com a imaginação livre e rica de todos nós para encontrar a expressão desse futuro imprevisto. Prepare-se, porque a forma como nos relacionamos com nossas motos está prestes a mudar para sempre!

Deixe nos comentários: é o estilo de moto que você gostaria de ter?








quarta-feira, 15 de outubro de 2025

CB750 FOUR – A História da “7 Galo”

Olá, companheiro de estrada! Aqui é o Jornal MotoNews na área!

Que satisfação imensa poder mergulhar na história de uma verdadeira lenda sobre duas rodas! Eis aqui um material riquíssimo, um verdadeiro almanaque da motocicleta que mudou o jogo para sempre. Estamos falando, é claro, da Honda CB 750 Four, a inconfundível e apaixonante "Sete Galo" – e não se preocupe, a gente usa o apelido, mesmo que não seja o mais "oficial", porque ele carrega a alma dessa máquina no Brasil!

A Honda CB 750 Four Veio para Fazer História

A história da CB 750 Four não é apenas a de uma moto; é a história de um marco, um divisor de águas que catapultou a indústria motociclística para a era moderna. Anunciada no Salão de Tóquio, em 26 de outubro de 1968, ela não era só um lançamento, era uma declaração de guerra tecnológica aos então dominantes fabricantes europeus (ingleses e italianos). O mundo da motocicleta, de fato, jamais seria o mesmo.



Tecnologia das Pistas para a Rua

O que fazia a Sete Galo tão revolucionária? A Honda despejou nela o know-how (conhecimento técnico) adquirido em anos de vitórias nas competições de Motovelocidade e, pasmem, na Fórmula 1! O motor, um quatro cilindros em linha, refrigerado a ar, com 736 cc e comando simples no cabeçote (SOHC), entregava 67 cavalos de potência. Para a época, isso era uma cavalaria impressionante, capaz de levar a moto a uma velocidade máxima na casa dos 200 km/h – números que só as máquinas mais exclusivas conseguiam, e a um custo muito maior!



Mas não era só a força do motor que impressionava. A CB 750 Four trouxe para um modelo de produção em série uma série de requintes técnicos inéditos, ou que nunca tinham sido reunidos em uma só moto, como:

1.   Freio a disco dianteiro: Uma inovação crucial para domar a potência, garantindo segurança e performance no asfalto.

2.   Partida elétrica: Esqueça o pedal! Um toque no botão e o quatro-em-linha ganhava vida. Um luxo de praticidade.

3. Câmbio de cinco marchas: Preciso e confiável, extraindo o melhor daquele motor.




O design era a moldura perfeita para essa obra de arte mecânica. A suavidade das linhas do tanque contrastava com a imponente visão do motor tetracilíndrico e o inconfundível conjunto dos quatro tubos de escapamento cromados, um para cada cilindro – um show visual e sonoro! A prestigiada revista Cycle World a definiu com justiça como "a mais sofisticada motocicleta de produção em série jamais feita."

O Sucesso Inesperado e o Santo Graal dos Colecionadores

A Honda, liderada pelo visionário Soichiro Honda, que acreditava em "vencer no domingo para vender na segunda", estimou mal o potencial de sucesso da moto. O preço inicial de apenas US$ 1.295 no mercado americano era irrisório para o que ela oferecia, gerando uma demanda dez vezes maior do que a capacidade de produção inicial. Isso fez com que o preço logo subisse e, claro, deu origem ao fenômeno do ágio (preço extra acima do valor de tabela) nas concessionárias.



É nesse ponto que surgem as famosas "Sandcast". Devido à pressa em atender a demanda, o primeiro lote de motores (cerca de 7.414 unidades) teve partes do cárter e cabeçotes fundidas em um método de baixa pressão, que deixava um acabamento rugoso, similar à fundição em molde de areia (sandcast). Logo, a Honda investiu no método diecasting (fundição sob alta pressão), mais caro e de qualidade superior, para a produção em volume.



Curiosamente, é justamente essa "imperfeição" da pressa que as torna o Santo Graal dos colecionadores:

  • Raridade Relativa: São apenas cerca de 1% do total de quase 500 mil CB 750 Four produzidas, um número que não é pequeno, mas extremamente procurado.
  • A Prata da Casa: Acima delas, em termos de valor e raridade, só estão os protótipos (ou pré-série) montados artesanalmente, como as quatro unidades enviadas para os EUA e Europa no início de 1969.

A Sete Galo no Brasil e a Cultura da Customização

A CB 750 Four começou a chegar por aqui já em setembro de 1969, na sua

primeira versão de série, a K0.

O que aconteceu com a Sete Galo por aqui é um capítulo à parte, que reflete a alma do motociclista brasileiro da época. A máquina era tão icônica que se tornou um alvo de customização – um termo que nem existia formalmente, mas a prática era intensa. Modificar a moto era o padrão, o que a tornava "bacana", enquanto a original era considerada "careta". A receita básica era:

  • Troca do escapamento original quatro-em-quatro pelo famoso quatro-em-um, para um ronco ainda mais "grosso" e inconfundível.
  • Substituição do guidão original por um do tipo "Tomaselli", mais baixo e esportivo.
  • Troca das rodas raiadas pelas de liga leve.
  • Adição de um segundo disco de freio na dianteira.


Hoje, a história se inverteu, e a moto que vale mais é justamente a "careta": a unidade mais conservada ou restaurada com peças 100% originais. Encontrar uma 100% original não restaurada no Brasil é raríssimo devido ao hábito da customização. Os valores de uma Sete Galo bem restaurada por aqui chegam a R$ 100 mil, mas para os verdadeiros entusiastas, é um valor justo pela "moto do século"!

O Legado Contínuo: Da K0 à Bol D'Or

A saga da Sete Galo, identificada pelo código "K" (de K0 a K8, de 1969 a 1978), estabeleceu a arquitetura da moto de alta cilindrada que vigora até hoje.

Paralelamente, a Honda continuou a inovar. Tivemos a:

  • Série F (Super Sport): A partir de 1975, adotando um estilo mais esportivo com tanque alongado, rabeta e escapamento quatro-em-um de fábrica (como se os customizadores tivessem "dado a dica" para a Honda!).
  • Série A (Hondamatic): Uma bizarra e curta experiência de 1976 a 1978, com câmbio semiautomático de duas marchas e conversor de torque. Era preciso cambiar manualmente entre "Low" e "Drive", mas sem usar embreagem – um Fusca semiautomático sobre duas rodas, que não vingou.
  • Bol D'Or (e KZ): A partir de 1979, a família evoluiu com um motor levemente maior e um cabeçote DOHC (duplo comando de válvulas) com quatro válvulas por cilindro, elevando o patamar de performance novamente, com a Bol D'Or sendo considerada uma das mais belas dessa fase.


A Honda CB 750 Four é, e sempre será, um ícone inigualável. Uma moto que não só quebrou recordes, mas reescreveu o manual do que uma motocicleta de alta cilindrada de produção em série deveria ser. Não é exagero dizer que ela é a mãe de todas as superbikes.

E aí, companheiro? Deu para sentir o cheiro da gasolina e o ronco dos quatro-cilindros? Qual é a sua versão preferida da Sete Galo? Manda a real!








A Chave da Estrada: Manutenção Essencial que Todo Motociclista DEVE Saber!

 Um Guia para Você não Ficar na Mão Salve, motors! Se você é louco por motos , seja pilotando uma ágil scooter , uma robusta custom , uma ve...