sábado, 29 de junho de 2024

BATERIA: Como fazer a da sua moto durar mais tempo

 BATERIA: Como fazer a da sua moto durar mais tempo

Os motociclistas veteranos costumavam não dar muita atenção às baterias de suas motos, principalmente porque muitas delas não possuíam partida elétrica. Ligar o motor era um esforço físico, dependendo da força da perna para acionar o pedal de partida, popularmente conhecido como "kick-start". Naquela época, a eletrônica das motocicletas era bastante rudimentar. Não havia sistemas de injeção eletrônica de combustível, nem freios ABS, ou painéis LCD, TFT... Resumindo, as motos da época não consumiam tanto a bateria como as de hoje consomem, e isso é fato.

De um tempo para cá, tudo isso mudou. A partir do momento em que as motos ganharam partida elétrica e perderam os pedais, e com o tempo novas tecnologias com pegadas eletrônicas foram sendo introduzidas, o uso da bateria passou a ser de lei. E quanto mais aparato eletrônico ou, ainda, acessórios como faróis de milha, sonzinho e outros, evidentemente, maior o consumo de energia e menor o tempo de vida da bateria.

É por isso que, a fim de evitar ficar na mão e ainda ter que gastar - o que, aliás, acontece geralmente quando a gente tá mais apertado - em hora indesejada, é bom sempre ficar de olho nos componentes da moto, especialmente os importantes como a bateria. E algumas regras devem ser seguidas, para isso. Regras simples, mas cruciais, não importa a moto que você possua, se uma Biz ou se uma Kawasaki H2. 

Em geral, a bateria de uma moto tem uma vida útil média de três anos. No entanto, essa duração pode se estender até seis anos ou mais, dependendo de vários fatores. Motociclistas que utilizam suas motos diariamente em trajetos médios ou longos, com menos ligações e desligamentos, acabam exigindo menos da bateria. Por outro lado, aqueles que percorrem distâncias curtas e acionam a partida elétrica com frequência submetem a bateria a um desgaste maior, reduzindo sua vida útil. Esse é o detalhe mais importante no quesito durabilidade.

Depois das constantes partidas, quais são os "ladrões" de energia mais conhecidos? O que mais suga a energia da bateria? Uma pequena lista de coisas:

›› Farol e outras luzes - devido ao Código de Trânsito Brasileiro, mas também, e principalmente, à nossa maior segurança, é obrigatório que o farol esteja aceso constantemente. Contudo, farol principal, luzes traseiras, luzes de freio e piscas consomem uma quantidade significativa de energia. Faróis auxiliares (de milha) são ótimos consumidores de energia, a propósito.



›› Injeção eletrônica - Em motos mais modernas, o sistema de injeção eletrônica de combustível requer energia constante para funcionar corretamente.

›› Sistema de ignição - Mantém o motor funcionando e depende da energia da bateria para
gerar a faísca necessária para a combustão.

›› Painel de instrumentos - Os mostradores digitais, LED ou TFT, indicadores de velocidade, tacômetro, medidores de combustível e outros instrumentos eletrônicos, cada vez mais presentes nas motos modernas, são também responsáveis por consumir muito.



›› Acessórios adicionais - Carregadores de dispositivos móveis, sistemas de navegação GPS, aquecedores de manoplas e outros acessórios eletrônicos.

›› Buzina - ficar buzinando por longos períodos ou incessantemente é uma atitude que, além de pesar no campo da boa educação, também rouba energia, e considerável, da bateria. Portanto, mão na consciência e economia no bolso.

Fig. Quase 90% seguros, os alarmes podem até ajudar um
pouco na prevenção contra roubos, mas eles mesmos são
uns ladrõezinhos, quando se fala em carga de bateria.


›› Alarmes - segundo relatos, os alarmes são os campeões de roubo de carga, especialmente, quando disparam por longos períodos, sem que o proprietário da moto apareça. Como ele fica em stand by, continua consumindo carga mesmo com a moto desligada. 

Fig. Áudio pode ser uma boa para algumas poucas ocasiões,
mas além de não ser eficaz - devido ao vento e outros ruídos
externos -, é um consumidor voraz de watts.


›› Sistemas de som - Em algumas motos equipadas com sistemas de som, especialmente em motocicletas de turismo, pode ter certeza que a bateria, por maior que seja a capacidade dela e também do alternador, dura menos do que o prometido pela marca. Há, no entanto, baterias mais eficazes, feitas para aguentar mais e são geralmente usadas por nichos específicos, como os de gran-turismo. No mercado, é possível encontrar sistemas de áudio que, a princípio, parece um bom investimento. Saiba que nem tanto (e falo por experiência própria): além de o som não ser ouvido a contento durante o movimento da moto, a depender da velocidade, ele é um vilão quando se trata de consumo de watts da bateria.

›› Terminais da bateria frouxos - Se tem algo que, além de roubar energia, deteriora os polos e diminui a vida da bateria são os terminais frouxos e oxidados (zinabre). Quando frouxos, eles ficam vibrando em torno dos polos em conformidade com a vibração da moto; enquanto isso, carga além do necessário está sendo enviada, como uma espécie de compensação de perda. Aos poucos, principalmente, por causa da umidade, os terminais e outras conexões podem adquirir oxidação, chamada zinabre. Preveni-la é o melhor remédio. Esteja sempre atento a esses detalhes, indo ao brother da elétrica mais próxima. 

Fig. Zinabre é um problema: por isso, dar manutenção
constante na bateria é importante.


A carga da bateria é reabastecida pelo alternador enquanto a moto está em funcionamento, mas se muitos desses componentes estiverem em uso simultaneamente ou se a moto estiver parada com os acessórios ligados, a bateria pode se descarregar mais rapidamente.

E se você for fazer uma viagem e a moto tiver que ficar parada por um período longo de tempo? O que você faz? O mais indicado por fabricantes, é remover a bateria e guardá-la em um lugar seguro. Normalmente, quente, seco e na sombra. Desta forma, quando você retornar, ao reinstalar a bateria, a moto funcionará normalmente, sem ter perdido nem 1 watt.

Clima frio interfere na vida útil da bateria? E como! 

Climas frios podem apresentar desafios significativos para o desempenho e a durabilidade
das baterias de motocicletas. No entanto, existem estratégias e tipos de baterias que podem ajudar a mitigar esses problemas. Aqui estão algumas considerações:

›› Diminuição da Capacidade: As baixas temperaturas podem reduzir a capacidade das baterias de fornecer energia. Isso ocorre porque as reações químicas dentro da bateria ficam mais lentas no frio.

›› Maior demanda de energia na partida: Motores frios requerem mais energia para dar partida, o que pode ser problemático se a capacidade da bateria estiver reduzida.

›› Taxa de recarga lenta: As baterias recarregam mais lentamente em temperaturas frias, o que pode levar a uma carga insuficiente durante passeios curtos.

A boa notícia é que há tipos específicos de baterias no mercado feitos para climas mais frios, como as AGM e as de Íon de Lítio.

Aqui vão algumas dicas para conservar melhor as baterias em clima frio:

Utilize carregadores de manutenção ou trickle chargers para manter a bateria carregada quando a motocicleta não estiver em uso. Isso é especialmente útil em climas frios para garantir que a bateria esteja sempre pronta para a partida.

Fig. Modelo de carregador de manutenção/trickle
charger
 disponível no mercado.


Isolar a bateria pode ajudar a mantê-la em uma temperatura operável. Existem kits de isolamento térmico disponíveis para esse propósito.

Se a moto não for usada por um período prolongado durante o inverno, é recomendável remover a bateria e armazená-la em um local mais quente e seco, conectada a um carregador de manutenção. Em climas frios, é importante verificar regularmente a voltagem da bateria e recarregá-la se necessário. Uma bateria totalmente carregada é menos propensa a falhar em temperaturas baixas.

Em climas frios, é útil ligar a moto com mais frequência para manter a bateria ativa e aquecida. Em condições extremas, considerar um aquecedor de bateria pode ser uma solução para garantir que a bateria permaneça funcional.

Algumas lendas sobre as baterias

›› Deixar a moto funcionando, parada, por uns 10 a 15 minutos: se você usa pouco a moto e acha que, fazendo isso pela manhã, estará recarregando a bateria dela, sinto muito em dizer que você foi enganado. De fato, a bateria passa a ser recarregada pelo alternador a partir de uns 4 ou 5 quilômetros rodados em diante. Lembre-se que o próprio alternador tem que, antes gerar a energia para poder liberá-la à bateria de acordo com a demanda. Então, é mito o fato de deixar a moto ligada por alguns minutos irá recarregar a bateria.

Fig. Muita gente acredita que colocar algo de borracha para isolar a moto evita descarga da
bateria. Segundo alegam, isso é lenda, a não ser que haja algo errado no chicote da moto.


›› Usar base de borracha ou outro isolante para apoiar o descanso da moto na garagem é uma prática muito comum entre vários motociclistas, com o intuito de evitar descarga da bateria por meio dele para o chão. A não ser que a moto esteja realmente com algum curto circuito no tripé, não é normal descer energia por ele e passar pelo chão. Se isso estiver acontecendo, tem algo errado ali e é bom verificar logo, porque baterias não suportam recargas demasiadas. Isso, portanto, é mito.

Enfim, aqui vão algumas dicas para manter a vida da bateria de sua moto por mais tempo e, claro, economizar sua grana:

›› Escolha a bateria certa: escolha uma bateria adequada ao seu tipo de moto e às condições climáticas em que você mais circula. Baterias AGM ou de íon de lítio são excelentes opções para maior durabilidade e eficiência.

Fig. Há várias marcas de baterias com
o selo AGM. Garantia de maior durabilidade
e eficiência.


›› Manutenção regular: Verifique regularmente a carga da bateria e recarregue-a conforme necessário, especialmente se a moto ficar inativa por períodos prolongados. Use um carregador de manutenção para manter a bateria sempre em ótimas condições.

›› Uso adequado: Evite ligações e desligamentos frequentes e percorra distâncias mais longas sempre que possível para permitir que a bateria recarregue adequadamente durante o uso.

›› Proteção em climas extremos: Em climas frios, mantenha a bateria aquecida ou armazenada em um local mais quente quando não estiver em uso. Utilize isolantes térmicos ou aquecedores de bateria, se necessário.

›› Inspeção de terminais: Limpe os terminais da bateria regularmente para evitar corrosão e garantir boas conexões elétricas.

›› Desligue os acessórios: Quando a moto não estiver em uso, desligue todos os acessórios elétricos para evitar drenagem desnecessária da bateria.

Seguindo essas recomendações, você pode prolongar significativamente a vida útil da bateria da sua motocicleta, garantindo que ela esteja sempre pronta para a próxima viagem, independentemente das condições.

Obrigado, motoabraço e até mais!




Fonte inspiradora: Honda 







terça-feira, 18 de junho de 2024

Tr4g3dia na Superbike Brasil 2024

Tragédia na Superbike Brasil 2024

Lorenzo Somaschini, um argentino que corria na Superbike, categoria Júnior, se acidentou no último dia 17 de junho, durante os treinos livres que fazia para o Honda Júnior Cup Brasil, no autódromo de Interlagos, São Paulo. Somaschini tinha apenas 9 anos de idade, mas era uma das grandes promessas para as categorias maiores. 
Promessa do motociclismo argentino, Lorenzo ia completar
10 anos em julho. Créd. minutouno.com


A administração da corrida não forneceu informações, contudo, liberou uma nota ao público:

Segunda-feira, 17 de junho de 2024 – 23h00. O SuperBike Brasil comunica, com muita tristeza e pesar, o falecimento do piloto Lorenzo Somaschini nesta segunda-feira (17/6), às 19h43. O argentino, natural de Rosário, estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), sob cuidados médicos intensivos e, infelizmente, não resistiu. A organização do SuperBike Brasil está prestando total

Créd. minutouno.com

assistência à família do piloto desde sexta-feira (14/6), quando o argentino teve uma queda durante o primeiro treino livre da Jr Cup, válido pela 4ª etapa do SuperBike Brasil, no Autódromo de Interlagos. Logo que caiu na saída do Pinheirinho, o piloto foi prontamente atendido no local pela equipe médica em ambulância UTI. Na sequência, foi encaminhado para a sala de emergência do autódromo, onde houve a estabilização do seu quadro clínico. Após esse procedimento, foi realizada a remoção médica, em unidade de suporte avançada (UTI móvel) para o Hospital Geral da Pedreira, onde permaneceu até a madrugada de sábado (15/6), seguindo todos os protocolos médicos até ser feita a transferência para o Hospital Albert Einstein. Todos da equipe do SuperBike Brasil estão consternados com o acontecimento e manifestam sinceros sentimentos a todos familiares e amigos de Lorenzo."

Créd. Notife desportes


Quem foi Lorenzo Somaschini?

Lorenzo Somaschini, de 9 anos, teve o acidente no último dia 14 durante os treinos e morreu nesta segunda, dia 17 de junho, após 3 dias de internação em estado grave. 
Apelidado de "Lolo", Lorenzo nasceu em Rosário, Santa Fé, e ia completar 10 anos no próximo dia 17 de julho. Quando Loreo tinha apenas 3 anos de idade, seu pai lhe deu uma minibike, que foi a linha de largada para ele se tornar uma grande promessa do motociclismo mundial. A corrida de Interlagos, da qual ele era uma das maiores apostas, teria sido a ponte que o colocaria em corridas e circuitos nacionais e internacionais.


É lamentável que algo que traz tanta alegria para tanta gente cobre um preço tão caro. Nossos sentimentos à família e amigos, o que se estende, aliás, às famílias dos irmãos que também perderam suas vidas. 

domingo, 16 de junho de 2024

COMBUSTÃO x ELÉTRICA - Será que COMPENSA TROCAR?

 COMBUSTÃO x ELÉTRICA - Será que COMPENSA TROCAR?


Salve, motors!

Há um tempinho venho prestando atenção não só ao mercado das motos elétricas, como também buscado saber mais alguma coisa sobre os pontos indesejados, uma vez que há relatos de economia de dinheiro de um lado, mas (muita) perda de tempo e autonomia de outro. Afinal, compensa trocar sua moto a combustão por uma elétrica? Leia, depois, decida.
Adiantando a coisa toda, as considerações a serem levadas são muitas, antes de decidir por trocar. Ou mesmo se essa será sua primeira experiência no mundo das duas rodas, deve também se atentar a alguns pontos e avaliá-los antes da compra. 

Fig. 1. Antes de comprar uma elétrica, ou trocar a sua a combustão por uma, alguns pontos
devem ser levados em consideração. Não se arrependa.


E mais uma coisa. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: para quê eu quero uma moto elétrica? Só para ir e voltar do trabalho, para o uso no dia a dia, para o lazer, ou para trabalhar com ela? Serei paciente em respeitar os tempos necessariamente longos para carregar a bateria da moto? Estou ciente que ela deverá ser usada somente para trajetos curtos? E por aí vai. Mas, vamos lá!

Baixa autonomia

Se você perguntar ao proprietário de uma CG Titan 160 2024 o quanto ele consegue rodar com seu tanque de 16,1 litros, poderá receber como resposta um estonteante 640 quilômetros. E não é brincadeira. A moto, que faz quase 40 quilômetros com um litro, pode facilmente atingir essa autonomia, enquanto as melhores motos elétricas do mercado chegam a no máximo 100 quilômetros.

Fig. 2. CG Titan, da Honda. Até 600 km de autonomia e poucos reais para encher o tanque.


Portanto, a baixa autonomia ainda é um fantasma que assusta boa parte daqueles que pensam em usar uma moto elétrica, seja para o trabalho, seja para lazer. Os carros elétricos têm autonomias variadas, mas a média é de 250 quilômetros. Se você pensar bem, está também muito abaixo da média de autonomia de outros carros a combustão. Os carros de hoje podem rodar pelo menos 400 quilômetros dentro da cidade a partir do tanque cheio. Fora, vão a 500 ou mais. A autonomia é o mesmo fantasma enfrentado por quem possui um carro elétrico, especialmente, quando vai viajar. 

Fig. 3. Voltz EVS - autonomia de 120 quilômetros a uma média de 35 km/h. Velocidade máxima
de 120 km/h até que não é ruim, mas dura pouco tempo.




Fig. 4. Super Soco TC, da Megaletron Brava. Velocidade máxima de 75 km/h e autonomia de
no máximo 100 quilômetros.

A Voltz EVS - uma electric street que, particularmente e visualmente, acho bem bacaninha -, por exemplo, chega a no máximo 120 quilômetros de autonomia, muito aquém de sua concorrente a combustão. Isso, depois de ter passado longas 5 horas tendo suas baterias carregadas e a uma velocidade média de (por favor, não ria) 35 km/h. Passou disso, evidentemente, a autonomia cai proporcionalmente. 
Até que existem motos com autonomia e potência bem maiores, como a Zero SR, da Zero Motorcycles, que gera 113 cavalos e percorre até mais de 300 quilômetros de trecho. Mas, além de custar meros 21,5 mil dólares, não é comercializada no Brasil. 
Fig.5. Scooter Smartway, modelo Texas - essa é uma das que
mais fazem sucesso no Brasil. Barata e quebra o galho. Mas, só.



Tempo de recarga

Aqui é onde entra em cena a dona paciência. Se você for uma pessoa organizada, que cumpre fielmente com a tábua dos dez mandamentos, horários e sabe agendar bem seus compromissos, não deverá então ter problemas em se lembrar que, dependendo do modelo, são de 4 a 8 horas necessárias para uma recarga completa. Mas, meu motoamigo(a), se não for uma pessoa com essas características, acredito que você poderá ter problemas e acabar precisando empurrar sua moto, uma hora dessas. Pelo menos, à noite, é bom mantê-la plugada. 

Fig. 6. A média de 5 horas para carregar uma bateria completamente pode se tornar um
transtorno para determinadas pessoas ou em determinadas situações.


E, convenientemente, faça um favor a si mesmo: por questão de segurança, jamais compre bateria ou carregador sem procedência! Da mesma forma que acidentes acontecem com celulares e carregadores sem qualidade, o mesmo pode ocorrer no caso de qualquer veículo elétrico. Recado dado, vamos ao próximo ponto.

Cuidado com a Lei!

O Novo Código de Trânsito Brasileiro prevê que condutores de motos elétricas devem estar
habilitados e suas motos, devidamente emplacadas. Veja só o que rola:
Para motos elétricas que atingem máxima de 50 km/h:
  • o piloto deve estar munido da ACC, que é a Autorização para Conduzir Ciclomotores;
  • o veículo deve ser emplacado;

  • o piloto deve seguir as Leis de Trânsito normalmente, e isso implica na questão do uso das calçadas, que é expressamente proibido pelo CTB;
  • o piloto deve usar capacete.
Para motos elétricas que passam dos 50 km/h, todas as opções anteriores, exceto a primeira, que é a necessidade da CNH categoria "A", da mesma forma que para as motos convencionais.

Preço alto

Muita gente se assusta ao procurar uma moto elétrica para comprar. Não estou falando dos ciclomotores, já que alguns modelos têm preços adequados, mas das motos cujos pilotos precisam ter a "A" nos docs. Enquanto, no Brasil, o preço sugerido de uma Voltz EVS 2022 é de R$ 20.390,00 (e a versão com duas baterias está R$ 24.990), a de uma CG Titan 2024 está sugerido em R$ 17.100,00. O scooter EV1 Sport 2022 vcom duas baterias tem preço sugerido de R$ 19.790, enquanto a Bizz 125 2024 está sendo sugerida a R$ 14.610. O preço de sugestão, lembrando, é o preço de fábrica, e não está incluído o frete e nem a comissão da concessionária. Portanto, o preço final depende da região em que a moto será comprada.
Fig. 7. Ultraviolette F77 - 323 quilômetros de autonomia, 170 de velocidade
máxima e pouco menos de R$ 40.000. Mas, na Índia.



Já viu o preço da bateria?

Se você já teve a curiosidade de pesquisar o preço das baterias das elétricas, o que achou? Particularmente, acho que, por enquanto, é um preço amargo. Dependendo do modelo, como a EVS de uma bateria da Voltz, o cliente poderá pagar em torno de R$ 3.900 e até R$ 4.600 na de duas baterias. Tá bom assim ou quer que carregue mais? 
E toda bateria recarregável possui uma vida útil, que é contada em ciclos de carga. A cada carga completa dela, é um ciclo a menos. As baterias da Voltz saem de fábrica garantidas para 3.000 ciclos. Portanto, passou de 3 mil carregamentos completos, ela já começa a ficar cada vez mais fraquinha.

E aí? Tomou sua decisão?

Motoabraço e até a próxima.


sábado, 1 de junho de 2024

Minha MOTO ficou SUBMERSA no ALAGAMENTO. E agora?

 Minha MOTO ficou SUBMERSA no ALAGAMENTO. E agora?


Saudações motors!! 


Infelizmente, sabemos que enchentes são ocorrências frequentes em diversas cidades do país e que podem trazer não só transtornos como também se transformar em uma tragédia. Mas, não é sobre a tragédia em si que quero falar aqui, mas sim, das consequências para quem teve seu veículo - no caso dessa matéria, principalmente, motos - literalmente afogado no alagamento. O que acontece a um veículo após um alagamento? O que é danificado na moto? Ela voltará a rodar? Vale a pena consertar? É o que vamos ver nesse artigo.



Nunca tente dar partida!

A primeira grande recomendação dos mecânicos é: NUNCA TENTE DAR PARTIDA após a moto passar por um alagamento! 

Saiba que todos os componentes, especialmente, os eletrônicos e os de metal, externa e principalmente internamente, foram comprometidos não só pela água, como também pela sujeira, e qualquer solavanco que o motor tiver, as peças estarão altamente comprometidas.

Lave, mas não ligue, e leve ao mecânico!

Quer dar ao menos uma lavadinha nela pra tirar o excesso? Ótimo, até bom que você mesmo já poderá observar os sinais dos danos externos. Não precisa, claro, ser aquela lavada que você daria para sair num fim de semana, mas pelo menos, tirar o "grosso" da lama, é até bom. Mesmo lavadinha, não experimente dar a partida na moto!

Transporte sua moto até seu mecânico/oficina de confiança em um reboque apropriado, claro, para que não tenha danos maiores. De uma coisa você pode estar tremendamente certo: não é nada simples recuperar um veiculo de enchente, seja ele de quatro, duas, ou mais rodas. E você vai entender porquê. Ah, só mais uma coisa: a não ser que você entenda muito bem de mecânica, não tente fazer isso em casa e por conta própria. 

Como ficam os componentes elétricos?

Como um dos mais afetados pela água e pela sujeira, está todo o sistema elétrico, desde a bateria até o chicote, dos conectores aos seletores no guidão, e se a moto for equipada com alta tecnologia, painéis TFT, sensores, enfim, tudo o que envolve fios, resistores, capacitores, processadores e o que mais houver em placas de circuitos eletrônicos, sinto muito em dizer, já era.

Veja alguns dos problemas mas sérios:

1. Calço hidráulico. Quando o nível da água fica acima da entrada do filtro de ar e entra pela
câmara de combustão, isso pode "apagar" o motor. Tentar dar partida novamente, pode comprimir a água, forçando biela, pistão e outras partes móveis do motor. Se a moto "morrer" devido a excesso de água, o melhor é empurrá-la até um lugar seguro e esperar por socorro.

2. Água no escapamento. Além da entrada para o filtro de ar, a água pode entrar para o motor também pelo escapamento. Se a moto ficar debaixo d'água, é mais do que certo disso ter acontecido. E, meu amigo, tudo quanto é local "aberto" dentro do cilindro, inclusive o que tiver de espaço ainda no cárter (reservatório) do óleo, encherá de água. E, lembre-se, não é somente água: tem também muita sujeira trazida por ela. Há lama dentro do motor da moto, portanto, jamais tente ligá-la, muito menos, no tranco, caso ache que o problema está "só" na bateria. Mesmo que a água não tenha sido tanta, a ponto de cobrir o motor, mas só o escapamento, há o risco de oxidar e danificar o catalisador, causando maiores prejuízos.



3. Curto-circuito. O sistema elétrico da moto é uma das partes mais sensíveis e não convive muito bem com a água. É claro que não estou falando daquela água que você usa para lavar sua moto no final de semana, ou da chuva que a gente costuma pegar, mas água mesmo! Água de enchente, que engole tudo que tem pela frente. Durante enchentes, os circuitos podem ser fechados pela água, causando curtos e danificando módulos e componentes eletrônicos, especialmente, nestas motos modernas. Quanto mais tempo debaixo d'água, pior para a moto de modo geral. 



O fato é que, ninguém pensa em desligar os polos da bateria quando para a moto ao chegar em casa ou no trabalho. Aliás, isso seria inviável. Portanto, a partir do momento em que ela está com seus polos ligados, certos componentes que dependem dela, como o reloginho do seu painel e outros componentes eletrônicos e tecnológicos, estão fazendo uso dela. No entanto, não é conveniente desligar a bateria. Sendo assim, onde estiver passando eletricidade será o primeiro lugar a ser corroído. O zinabre, efeito de coloração azul-esverdeada, é muito comum devido aos componentes de cobre. Solução? Trocar tudo. Pelo menos, a parte afetada.



4. CDI (Ignição por Descarga Capacitiva). Nas motos carburadas, o CDI pode ser afetado pela água. É um componente crítico para a ignição do motor, e sua falha pode resultar em problemas de partida e desempenho. Devido ao material do CDI, bem como sua parte eletrônica, após algumas horas ou, pior, dias debaixo d'água ele estará tomado pelo zinabre e, com certeza, invalidado. É só outro.



5 - Freios e câmbio. Em casos complexos como os de uma enchente, o sistema de freios de uma moto podem ficar severamente comprometidos. As pastilhas de freio podem absorver muita água e, a partir de então, não serem mais eficazes nas frenagens. O fluido de freio é higroscópico, o que significa que ele absorve umidade ao longo do tempo. Se a moto ficar submersa, o fluido pode ser contaminado com água, o que prejudica não só as frenagens, como também os componentes internos da pinça, devido a oxidação e partículas de sujeira. Se, porventura, venha ainda a utilizar a moto e não fizer uma manutenção decente no sistema de freios, poderá comprometer o disco, uma vez que a sujeira restante vai, aos poucos, riscando e danificando o disco de freio.



O câmbio também fica comprometido, claro, uma vez que a parte, digamos, funcional dele fica dentro da carcaça do motor. Algumas motocicletas possuem reservatório para o óleo do câmbio separado, mas a maioria dos modelos usa o mesmo óleo do motor, portanto, é interessante observar que, em um grande alagamento, tanto as de cárteres separados, quando e cárter único, serão severamente afetadas pela água, já que, inevitavelmente, ela entrará no motor. O mecânico terá que desmontar e limpar tudo, até tirar toda a água excedente e secar o máximo o interior do motor. 



Quanto às demais peças, como eixos, engrenagens, rolamentos e outros devem ser limpos e examinados para ver se não sofreram desgastes.

6 . Tanque de combustível. Se a água atingiu o bocal do tanque, com certeza será
necessário fazer uma limpeza extrema no tanque. Isso porque a água facilmente entra pelo respiro do tanque e, aí, em dúvida contaminará seu interior. 

7. Rolamentos das rodas. Tem coisas que a gente não costuma dar muita atenção, somente quando a moto trava do nada e, vamos ver, é um dos rolamentos, não é? Pois é, em caso de alagamento, não pense em reutilizar os rolamentos. Melhor não. Mesmo que passem por um processo de limpeza extrema, pode acontecer de terem sobrado partículas, ou que elas já tenham danificado algumas esferas e comprometer a rodagem.

Esses são apenas alguns dos problemas que podem comprometer sua moto - e por que não dizer, seu carro - quando eles são colocados à prova de um grande alagamento. E, então, o que fazer?

Compensa arrumar?

Essa, sem dúvida, é uma pergunta que perturba muito a mente do proprietário que teve sua moto engolida por água. E a resposta é: depende. Depende de um monte de fatores, como:

1. Valor venal da moto x Valor do conserto. Não fica nada barato, e isso é fato. A troca de vários componentes, além da mão-de-obra, pode ultrapassar até o valor venal de sua moto,
na situação em que ela se encontra. E, só do comprador sonhar que ela tenha passado por um alagamento, seu valor já diminui violentamente, mesmo estando arrumadinha. Às vezes, é melhor vendê-la ao ferro velho do que tentar outra alternativa. Claro, se você a colocou no seguro, não tem muito com o que se preocupar.

2. Valor sentimental. Bom, isso não se discute, afinal, é moto de família, ou ela tem uma história que nenhuma outra moto deu etc. Se a pessoa achar que vale a pena restaurá-la, nem que seja para deixá-la na sala de casa para trazer de volta os bons momentos, que mal há em Mauá, certo? 

3. Nível de estrago. Se você teve sorte e sua moto não foi tão afetada nas partes mais comprometedoras, pode ser que compense recuperá-la. Nem sempre tudo está perdido. Se a água não entrou nos sistemas todos e/ou foi possível fazer toda a limpeza de forma eficaz, não há o porquê de não consertar a motoca e continuar sendo feliz com ela, concorda?

De qualquer forma, não tente bancar o entendedor, ou por causa de alguns reais a mais, não levando a um mecânico especializado - não vá a qualquer aventureiro também, não. Sua moto é um bem precioso e merece sua atenção. 

E não é só nas enchentes...

Sinto muito, amigos, mas não é só nas enchentes que estamos sujeitos a praticamente perder nossas motocicletas, não. O recado vai principalmente aqueles que, durante chuvas

fortes, se aventuram ao desafiar as enxurradas. Além de trazer muito entulho e objetos cortantes, as enxurradas enganam muito, sendo que algumas derrubam facilmente a moto e o piloto. Se não conseguir, poderá fazer alguma bagunça na pinça de freio, arranhar o disco, entrar água pelo escapamento e, se for mais alta, até entrar pelos suspiros que há na moto. Se deixar ela apagar contra uma enxurrada, pior ainda. Quer um conselho? Não enfrente enxurradas. Pare sua moto, tenha paciência, que a chuva vai passar. 

Então, é isso, meus motoamigos e motoamigas. Qualquer sugestão será bem-vinda nos comentários. 

Motoabraço e até a próxima.






Fontes:

https://mobilidade.estadao.com.br/mobilidade-com-seguranca/cinco-razoes-para-nao-atravessar-uma-enchente-de-moto/

http://www.canalrevistamotoescola.com/2019/04/motos-e-enchente-nao-combinam.html

https://oficinabrasil.com.br/noticia/motos-e-servicos/cambio-de-motocicleta-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas-parte-1

https://www.youtube.com/watch?v=13_WKZK6n10&list=LL&index=4

https://www.sistemampa.com.br/noticias/moto-5-dicas-para-nunca-atravessar-uma-enchente/








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