domingo, 12 de dezembro de 2021

SCOOTERS E MOTOS ELÉTRICAS: PARA QUEM VALE A PENA?

Olá, meus amigos e amigas motocas, tudo bem com vocês?

O lance aqui é colocar em discussão se vale a pena comprar uma scooter ou uma moto elétrica e usá-la no dia a dia. 

Fig. 1. Modelos como esta moto com bike ainda não
estão disponíveis no Brasil.

Fig. 2. Os patinetes elétricos são
os "pais" da ideia, pode-se dizer.
De fato, tais veículos têm conquistado os corações, digamos, mais verdes, pessoas de consciência ecológica querendo dar sua contribuição ao meio ambiente. Uma das promessas dos veículos elétricos é justamente a de não poluir, ou evitar mais de 90% da emissão de gases nocivos à atmosfera e, consequentemente, ao homem. Sem falar que o petróleo é, sim, um recurso esgotável e já está apontando para a extinção.


Mas, há algo mais - além do ecologicamente correto - nas motos e scooters elétricos que chamam a atenção das pessoas. O fato de poder economizar na conta do gasto de combustível, aquele que utiliza uma scooter ou moto elétrica terá, no final do mês, uma economia visivelmente grande. Aquele que utiliza seu carro para ir comprar o jornal a duas quadras de casa e tomar uma brejinha com os amigos, vai sentir no bolso o quanto a eletricidade pode ser aliada no orçamento de casa. Enfim, poderia citar aqui um punhado de outros exemplos, só para afirmar que a eletricidade veio para ficar e ajudar a humanidade também no seu orçamento mensal.

Fig. 3. Um dos modelos bastante procurados é o estilo "chopper", como esta da Mormaii.

Além disso, como todo e qualquer lançamento ou novidade, vem também a vontade intrínseca do ser
em "poder ter uma dessas". Alia-se a vontade de ter ao que a mídia divulga, é venda certa. Mas, esse tipo de comprador é o mesmo que estará colocando seu investimento à venda em poucos meses após a compra. O que está na moda não quer dizer que seja a solução. Então, cuidado na escolha, pois ainda é um veículo seleto e com procura ainda tímida no mercado.

Fig. 4. Há modelos diversos e para
todos os fins e gostos. Esta, por exemplo.
não é das mais bonitas, mas é útil.
Para aqueles que trabalham com motos, nem pensar! Jamais utilize uma elétrica como seu meio de transporte e entregas, pois a cada 50 km, em média, será necessário recarregar a bateria. E
vocês, meus amigos, rodam muito mais do que isso, porque sei. Sem falar, que esses ciclomotores e scooters não possuem a mesma estrutura, força e capacidade de trancos que, por exemplo, uma CG Titan possui, pois essa última, sim, foi feita pra guerra. As elétricas não aguentam a mesma porrada, acredite.

As indústrias estão inchando o mercado com vários modelos, com visuais que vão do engraçado e do feio ao exótico e o bonito. Tem preços e modelos para todos os bolsos e gostos. Dentre as scooters, os modelos mais procurados são os estilos choppers, com rodas mais largas, com ou sem tanque simulado. Pelo seu estilo e visual, combinado com preços acessíveis, é que tem chamado a atenção do mercado tupiniquim.

Os tipos são os mais variados, partindo dos patinetes e indo até motos de alta cilindrada. Novos conceitos e novos modelos vão sendo lançados a cada mês, com variedades incríveis no design, na potência e na autonomia. Modelos melhores, claro, preços mais altos. E alguns nem no Brasil estão ou estarão disponíveis tão cedo.

Fig. 5. A Livewire é a primeira moto elétrica da lendária
marca Harley-Davidson.


Marca famosa por sua história, até a Harley-Davidson surpreendeu o mundo quando lançou sua primeira moto elétrica, a Livewire, que foi apresentada na Consumer Electronics Show (CES) de 2019, nos EUA. 

A pegada futurista é essa, e não vai cair de moda. A tendência mundial do mercado, não só de motos,
como o automobilístico em geral - e, pasme, até mesmo o aeroviário - serão os motores elétricos tomando o lugar dos de combustão. A profissão de mecânico, como a conhecemos, está fadada a desaparecer com o tempo, dando lugar aos engenheiros de eletrônica. E, pelo andar da carruagem, pelo menos em países mais avançados, em menos de 40 anos isso já será uma realidade.

Ainda não há leis que regularizem o vai e vem das pequenas elétricas, mas em breve, aparecerão, pois, no Brasil, infelizmente, tem que acontecer algo mais grave para que uma lei entre em vigor, não é? Por enquanto, na maior parte do país, ainda é permitido rodar sem capacete na maioria dos modelos - exceto as de cilindradas mais altas, claro - e, não menos importante, não são exigidas placas para identificá-las. Um dos problemas que isso pode trazer é o roubo e o comércio de peças de forma ilícita. 

Fig. 6. Moto elétrica de alto desempenho. Rápida e silenciosa.

Concluindo, é um mercado ainda novo, mas que vai pegar, com certeza. Aliás, já pegou, à medida que vemos nas ruas um aumento incessante de scooters rodando. Mas, só pra lembrar, mesmo sendo elétrica, a maioria de seus componentes ainda utilizam matérias-primas de origem exploratória, como os pneus, por exemplo. Então, nem tão 100% ecológica elas são, assim.

Se eu compraria uma para mim? Somente para ir ao escritório ou para minha esposa ir trabalhar, ou irmos ao mercadinho fazer uma comprinha de urgência. Não mais do que isso. 

domingo, 31 de outubro de 2021

ROUBO DE MOTOS: PORQUE A CG 160 TITAN ESTÁ NO TOPO DA LISTA

 Roubo de motos é um dos maiores problemas que enfrentamos hoje no Brasil. Pra piorar, às vezes são seguidos de violência e morte. Mas, por que a Honda CG Titan 160 encabeça a lista?

Antes de termos essa resposta, vamos aos dados e aos fatos.

De acordo com a Fenabrave, a CG Titan 160 é o modelo mais vendido do país, seguindo o número de emplacamentos, desde que ela foi lançada. Na verdade, a CG 160 continuou seguindo os passos de suas irmãs mais velhas, a CG 150 e a 125.

CG Titan 160, a campeã de roubos no Brasil

Com razão, já que essas motocicletas, além de populares, são as maiores guerreiras quando se fala em "ferramenta de trabalho". Sua presença nas ruas aumentou mais ainda com a pandemia do Covid-19, desde o ano passado (2020).

Em conversa informal com Alan Davi dos Santos, gerente de uma loja de motos na capital de Goiás, ele informou que a procura por tal cilindrada "aumentou bastante com a informalidade de trabalhos, como é o caso dos entregadores por aplicativos". De fato, mas essa informalidade nos empregos vem antes mesmo da Covid-19, dado ao número crescente de desemprego que o país vem enfrentando há alguns anos seguidos.

Aí, vem a máxima: quanto maior a quantidade de alguma coisa, maiores as chances de algo ocorrer com ela.

Sendo assim, a procura por peças e acessórios para estas motocicletas também tem aumentado, e é aí que mora o problema. Peças originais são originais, não se discute, porém, e isso não é uma desculpa, os preços de peças de motocicletas são normalmente baseados no dólar, e não são tão baratos para grande parte dos proprietários. Entrar numa concessionária para comprar uma peça original não é para qualquer um. Então, esses procuram por alternativas mais em conta.

Essa imagem, capturada pela própria vítima, ocorreu em São Paulo, contudo, 
neste caso, a vítima teve sorte, pois um policial a paisana que estava próximo 
acabou acertando o ladrão. Mas, a polícia nem sempre está por perto.

Entre essas alternativas, estão desde lojas de peças a sucatões. As lojas e oficinais mais sérias, como precisam prestar contas à Secretaria da Fazenda, preferem lidar com peças não originais e, quando não há outro jeito, acabam por comprar a peça de algum distribuidor autorizado e, às vezes, até mesmo da própria concessionária, sob o conhecimento do proprietário. Se ele concordar, tudo bem. Se não, infelizmente, ele irá recorrer a outros locais para comprar tal peça.

Sem generalizar, há locais, digamos, "suspeitos", onde o proprietário da moto irá encontrar a peça desejada, e ainda nova ou em ótimo estado de uso, pela metade do preço ou ainda mais barata.

O pior é que o proprietário tem até ciência de onde está comprando essa peça, mas, "não tem outro jeito, né?". Então, sem mesmo pedir nota fiscal ou querer saber da procedência daquela peça, a compra sem pensar duas vezes.


Quando não encontra a peça num local físico, é comum também recorrer ao e-commerce, como é o caso de sites como Mercado Livre e até mesmo da China, como o Wish ou o Aliexpress, entre outros, a fim de comprar mais barato. Sobre isso, não há como culpar tais sites, que nem sempre têm o controle da origem do que vendem. São apenas plataformas de negócios feitos por diferentes empresas ou pessoas físicas.

Voltando ao roubo, em si, fica fácil saber o porquê da CG Titan 160 ser a maior vítima - na verdade, a vítima é seu proprietário - desse tipo de ocorrência. Os ladrões geralmente fazem parte de um grande esquema, que envolve não só eles, como também revendedores de peças para motos. Como a moto roubada é literalmente desmontada, suas partes acabam sendo espalhadas por diversos locais (em sua cidade, mesmo) onde elas são vendidas sem notas e em completa informalidade.


Motociclistas entregadores por aplicativos se tornaram as maiores vítimas
dos ladrões, especialmente, com o aumento dos pedidos com a pandemia.

Assim, o comprador acaba, de certa forma, alimentando um comércio que não é o que desejamos, afinal, a qualquer instante também podemos ser vítimas desse tipo de crime. Numa situação hipotética, o mesmo motociclista que acabou de comprar uma peça nessas condições - ou seja, não dando a mínima para sua origem, mas sim para o preço ínfimo que pagou - pode ser a vítima de amanhã.

É onde nós, proprietários de motocicletas, devemos também ser um pouco fiscais. Havendo qualquer suspeita de que determinada revenda está vendendo uma peça de origem duvidosa, entrar em contato imediatamente com as autoridades. A questão é ter consciência do que fazemos, para no fim não sermos as próximas vítimas. 

A CG Titan 160 foi usada como modelo nesta postagem por ser a mais vendida, porém, não é só com ela que devemos nos preocupar, mas sim, com qualquer modelo de motocicleta. Afinal, é "muito fácil" alguém chegar até você e lhe tomar um dos bens mais preciosos que você possui, materialmente, quando não ocorre o pior.

Seja e esteja consciente. Antes de comprar uma peça para sua moto, procure saber da procedência desta peça. Ajude seu colega motociclista e se ajude também, meu amigo. O Brasil já é mal visto lá fora e não é para menos. Vamos mudar isso. Sejamos nós o início da mudança que queremos para este país.

Motoabraço!

domingo, 3 de outubro de 2021

HD PANAMERICA: BILHETE DE ENTRADA NO MUNDO ADVENTURE PARA A HARLEY DAVIDSON

HD PANAMERICA: BILHETE DE ENTRADA NO MUNDO ADVENTURE PARA A HARLEY DAVIDSON

Todo o mundo conhece ou já ouviu falar sobre a marca Harley-Davidson. Não
precisa nem ser motociclista e, mesmo que saiam sons parecidos com "rarley-dêiss", ou "rárli-dêisson",  não há aquele que nunca tenha ouvido falar. Bom, a famosa e centenária marca é mais conhecida pelo estilo de suas motocicletas, que podem ser customizadas e caracterizadas a fim de combinar com o estilo de seu proprietário. 
Mas, de olho nas oportunidades e apostando num espaço no mercado de motos, a Harley-Davidson acaba de lançar, lá fora, a Panamerica 1250 cc, uma adv musculosa e que, segundo o próprio site diz, "combina com fogueira de acampamento, desejo de viajar e coragem". Ainda segundo eles, "é a nossa multiferramenta de duas rodas feita para durar, projetada para explorar e desenvolvida para 100% de desempenho".
De fato, a Panamericana, até mesmo pela sua robustez, aparenta ser uma moto muito forte e preparada para terrenos diversificados. Desde suas primeiras motos clássicas, a marca sempre primou pela aventura, pelo doce sabor de viajar em uma motocicleta forte e robusta e, agora, no mundo Adventure, ela não poderia deixar essas premissas de lado. 

Aposta no Marketing

Como sempre faz, a Harley-Davidson não economizou no marketing de sua big trail. Para tanto, fez uma série de vídeos, dentre os quais tendo o ator Jason Mamoa (Aquaman) como apresentador, para divulgar a nova motocicleta. Se vai ter resultado, só o tempo dirá e, claro, a presença da moto no cotidiano. Mas, dado à sua origem, não é de se duvidar que ela fará sucesso.



Infelizmente, ela não será lançada em terras tupiniquins, pelo menos até segunda ordem, e não consegui informações sobre o porquê. 
Mas, dá para se imaginar que, no Brasil, a marca tem se dado bem com suas clássicas. É muito comum se ver uma Harley pelas ruas e estradas brasileiras, hoje em dia. Virou quase que febre. Já o mercado de trails no Brasil é dominado pela BMW, com suas R 1250 GS e a F 850 GS em 1º e 2º lugar de vendas, respectivamente (dados de 2020), de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores)1, seguido pelas Triumphs Tiger 800 e 900 cc, ocupando o 3º e 4º lugares, torna-se um mercado bastante competitivo e, talvez, não seja a hora de investir por aqui. Uma suposição.

Motor

A Panamerica não decepciona. Possui motor bicilíndrico com quatro válvulas por cilindro e arrefecido a líquido, gerando até 152 cv de potência. Um dos diferenciais na motocicleta, segundo a marca, está no novo comando de válvulas variável, que permite um bom torque mesmo em baixas rotações, sem prejudicar a potência nas altas.



O Revolution Max 1250 produz um torque máximo de 12,95 kgf.m a 6.750 rpm. Seus 152 cv são conseguidos aos 9.000 giros rpm. Possui 6 machas e sua transmissão é por corrente.

Feita para a aventura

Apesar de ser uma big trail, a Panamerica foi feita mesmo para a aventura dos fãs da marca (ou para os novos fãs), que desejavam unir a paixão pela aventura a


uma máquina que não sofresse tanto em terrenos mais difíceis - já que enfiar uma Road King, ou uma Dyna, em uma estrada de chão não é lá tão agradável, não é? Além do mais, não podemos comparar as nossas estradas de chão com as americanas, na maioria dos casos.
Os freios Brembo dispensam maiores comentários, e são os mesmos que compõem o sistema de frenagem da Panamerica. Eles proporcionam uma sensação macia e progressiva nas frenagens e, associados ao sistema ABS, ativado a partir de um botão no guidão da moto, também garantem uma melhor estabilidade e segurança na hora de frear.

Sendo assim, a Harley desenvolveu a "Pan" sobre um quadro compacto, com o motor fazendo parte da estrutura, e utilizou suspensões de curso longo, proporcionando uma pilotagem ereta e confortável. 


O pneu dianteiro é 120/70R19, enquanto o traseiro, 170/60R17 da marca/modelo Michellin Scorcher Adventure, criado especialmente para esta moto.

Tecnologia


Como não poderia deixar de ser, a moto traz consigo alguns gadgets eletrônicos muito interessantes, como painel digital e conexão bluetooth. Por meio do sistema RDRS (sigla para Reflex Defensive Rider Systems, ou Sistema de Reflexo Defensivo para o Piloto, em portuga), que é um conjunto de tecnologias aplicadas à moto, o piloto tem uma pilotagem mais segura e uma experiência única. 



Seu painel é uma tela colorida de 6,8", digital e que fornece diversas informações, que vão desde o odômetro e velocímetro padrões, até conexão bluetooth para smartphones baseados no Android (e não na Apple, ao contrário das tourings da HD), informações sobre o clima, seleção de modo de pilotagem, entre vários outros mimos.




Ela deverá ser apresentada no próximo EICMA, previsto para novembro de 2021 e, como já disse, a nós brasileiros só nos resta esperar para ter esta moto por aqui.
Valor estimado: US$ 17 mil a versão standard e US$ 20 mil, a special. 

Para assistir aos vídeos promocionais (em inglês), clique no link: https://bit.ly/3ouenj1

Imagens: Divulgação

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1. Fonte: motoo.com.br (https://www.motoo.com.br/big-trails-bmw-domina-com-r-1250-gs-e-f-850-gs/)

terça-feira, 31 de agosto de 2021

ÓLEO: LÍQUIDO VITAL PARA O MOTOR

E aí, motors? Tudo certo com vocês?
Uma boa parte dos motociclistas sabe muito bem que o óleo é um elemento essencial para o funcionamento do motor em termos gerais. Mas, há mais detalhes na troca e manutenção que você deve ficar por dentro. Sempre.


Por que o óleo lubrificante é necessário?

A resposta é mais simples do que parece: como os motores a combustão possuem muitas peças metálicas sob constante atrito - enquanto está funcionando, lógico -, é fato que tal atrito resulta em calor excessivo que, além de quebrá-las, pode literalmente causar explosão dos componentes, caso o  motor esteja em alta rotação. E, se isso se somar ao combustível no momento, não é nem preciso dizer o que acontece, não é?
A fina camada que o óleo produz entre as peças, além de reduzir drasticamente o atrito, colabora também para a diminuição da temperatura provocada por ele. Mas, como o óleo circula por entre partes do motor em um ciclo
vicioso, é natural que ele vá se tornando menos viscoso e carregado de pequenas partículas à medida que é utilizado; por isso mesmo, é que vem a necessidade de trocá-lo regularmente.
Em resumo, além de lubrificar o motor, o óleo ainda colabora para refrigerar e limpar o motor. Mas, vamos entender um pouco mais sobre ele.

Os componentes que o óleo lubrifica

O lubrificante trabalha para diminuir o atrito entre os componentes móveis do motor, tais como: virabrequim, comando de válvulas e pistões. 
O virabrequim (ou árvore de manivelas) é uma das peças mais importantes do motor, localizado geralmente na parte inferior do bloco. É uma peça giratória composta por espécie de articulações, cuja função é transformar o sobe-e-desce dos pistões em movimento giratório, gerando assim a força motriz que faz a moto andar. Seu tamanho dependerá do tamanho do motor, portanto, um virabrequim de uma CG 160 Titan, por exemplo, é menor do que de uma moto de 600 cc que, por sua vez, é menor que o de uma 1200 cc. 
O tamanho do virabrequim e a quantidade de bielas e pistões em um motor depende de quantos cilindros e a capacidade
volumétrica dos mesmos.

Já o comando de válvulas é o componente que controla a abertura da válvula de admissão - para a entrada da mistura ar x combustível - e de escape, para a saída dos gases resultantes da combustão no motor. E isso vai se repetindo ciclicamente, enquanto dá movimento ao virabrequim. Este movimento cíclico tem o nome de Ciclo Otto, nos motores de quatro tempos.

Os pistões são também partes inseparáveis do motor e atuam diretamente no giro do virabrequim. Após a explosão (combustão) gerada pelo comando de válvulas, os pistões sobem e descem num movimento linear, contribuindo para que o virabrequim possa girar. A velocidade dos componentes depende da atual rotação gerada na aceleração. Quanto mais acelerada moto está, maior a velocidade de ação destes componentes. Temos, então, um outro fortíssimo motivo para manter o motor sempre bem e corretamente lubrificado.

Com que frequência devo trocar o óleo do motor?

Essa pergunta é feita até mesmo por motociclistas experientes, mas todos sabem que, apesar da recomendação consultar o manual do proprietário e seguir seus preceitos, há casos e casos, e um deles é que alguns motociclistas ultrapassam a quilometragem recomendada para a troca e, bom, nada de ruim acontece. Mas não de forma exagerada, claro. Senão, já era. Há casos, por outro lado, em que mesmo antes do período recomendado, o motor não aguenta. Mas, isso, é outro assunto.
É altamente recomendado que você faça a troca de óleo
de sua moto de acordo com o que sugere o manual.

Se no manual consta trocar o óleo a cada 1.500 km, não deixe ultrapassar os 2.000, por exemplo. Pouco mais de 30%. Mas, atenção, isso não é uma regra e não está presente nos manuais, é apenas um fato que acontece a muita gente e que, para muitos, não traz problemas, mas para outros, o motor pode não aguentar, principalmente se o proprietário da moto sempre deixa passar da quilometragem recomendada para a troca e é daqueles que adoram exagerar nas aceleradas, mesmo com a moto parada. A coisa é tão importante que, ao fazer a troca do óleo, você já percebe diferença no ruído até quando o motor está em marcha-lenta. Portanto, quanto antes você fizer a troca do óleo e do filtro, melhor e mais garantia de vida útil ao motor estará dando.

Que tipo de óleo usar?

Certamente, você já percebeu que os lubrificantes possuem especificações que os diferenciam uns dos outros. São as chamadas classificações e elas são determinadas pela SAE (Society of Automotive Engineers, ou Sociedade de Engenheiros Automotivos) e também pelo API (American Petrolium Institute, ou Instituto de Petróleo Americano). 
Normalmente, os lubrificantes são classificados de acordo com sua viscosidade e podem ser: mono ou multiviscosos. Os monoviscosos apresentam um só número em sua embalagem, como, por exemplo: "40" ou "15W" (o "W" é da palavra inglesa "winter", que quer dizer "inverno"), enquanto que os multiviscosos (mais comuns hoje em dia) apresentam uma dupla de números, como: "15W-40". Os multiviscosos são melhores, pois suportam melhor as diferenças de temperatura e duram mais.
Inúmeras são as marcas de óleo no mercado e todos são bons e funcionais. Há,
claro, marcas melhores e mais recomendadas até mesmo nos manuais, mas
desde que sigam o mesmo padrão, não é necessário uma marca específica.

A viscosidade, por sua vez, está atrelada ao clima. Quanto mais quente o clima, maior deve ser o número de classificação, pois maior é sua viscosidade. Deve-se levar em consideração que o calor diminui a viscosidade do óleo, aumentando a possibilidade de atrito entre as peças. Então, você me perguntaria: o óleo utilizado por gente no Alasca é menos viscoso do que o que utilizamos aqui, em terras tupiniquins? Sim, é basicamente isso, mesmo. Somando-se ao clima, vale lembrar que num motor a gasolina, por exemplo, os pistões podem expor o óleo a temperaturas de até 160º C - com tanto calor assim, não há viscosidade que aguente, se ela não for bem trabalhada.
Comparação entre as diferentes viscosidades dos óleos lubrificantes

Num país como o Brasil, em que temperaturas variam bastante de região para região, o melhor é usar óleos com especificações que vão do 10W-40 ao 20W-50. Por isso mesmo, é altamente recomendável que você consulte o manual de sua motocicleta para saber a recomendação do fabricante. Não vá colocando qualquer óleo em sua moto, pelo amor de Deus!
Como dizia um falecido amigo: "Leia o manual. Leia o manual!"

Sintético, semissintético ou mineral?
Ah, temos ainda esses tipos de óleo, que são os sintéticos, semissintéticos e os minerais. Afinal, qual deles deve ser usado em sua moto?
Sintéticos: geralmente, são indicados para motores mais modernos e maiores, pois são desenvolvidos em laboratórios com aditivos de alta performance. Prometem uma limpeza mais profunda, desempenho, economia e qualidade.
Semissintéticos: por serem uma espécie de mix entre os minerais e os sintéticos, geralmente são produzidos a partir das melhores qualidades desses dois outros tipos, o que garante a qualidade no tocante a resistência à oxidação e mais apurados do que os do tipo mineral.
Minerais: não mais utilizados nos motores atuais, este tipo de óleo é produzido a partir do petróleo bruto, mas possuem menor resistência às temperaturas, devido até mesmo à presença de elementos variados em sua composição. Foi usado por muitos anos nos motores das décadas passadas.
Nos motores mais novos, é comum usar o óleo sintético, mesmo que não sejam de alta cilindrada. Contudo, até mesmo esses motores de pequeno porte possuem, em comparação aos antigos, uma performance muito melhor.

A importância do Filtro de Óleo


Não menos importante, claro, é o filtro de óleo. Isso, porque ele simplesmente segura as partículas que vão sendo coletadas pelo óleo em seu circuito dentro do motor, quando este passa pelo filtro. O melhor período para a troca do filtro é aquele mesmo usado para a troca do óleo, contudo, não é problema se você trocá-lo alternadamente entre as trocas de óleo, ou seja, vez sim, vez não. Mas, se sua moto é daquelas usadas em ambientes rurais, troque-o com a mesma frequência (e nunca ultrapasse a quilometragem recomendada no manual).

Cuidado com os vazamentos

Não é incomum, após alguns milhares de quilômetros rodados, você parar a moto e perceber, logo em seguida, que ela "derramou óleo" - seja na sua garagem ou mesmo ao estacionar em um local em via pública. Aliás, o que se vê com bastante frequência são manchas de óleo no chão.
Quando isso ocorre, é sinal que a junta (ou guarnição, como é definida em alguns modelos de motos) já não está boa - então, junta tudo e joga fora. 😂 Brincadeira. Dirija-se o mais rápido possível a uma oficina e peça uma revisão geral, onde inclua limpeza do motor e consequente troca dessas juntas. Não é nada bom, muito pelo contrário, vazamentos ocorrerem, já que diminuem o volume de óleo necessário para manter o conjunto funcionando. "Ah, mas tá muito caro levar a moto a uma oficina, hoje em dia..." Tá, concordo, mas é um trabalho de valor e preventivo, já que, se o motor rodar sem óleo suficiente, o custo disso poderá ser 3 vezes maior (ou até mais). Cuida de quem te leva pra cima e pra baixo, além de fazer sua alegria.
Um motoabraço e até a próxima, galera!!!



Fontes de pesquisa:
- Manutenção em Foco (site)
- Superbid (blog)
- Texaco (site)
- Escola do Frentista (Youtube)

Imagens: Divulgação


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

MOTOS VOADORAS: VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA O FUTURO?

Salve, irmãos motors!!! Tudo bem com todos vocês?

Este artigo prevê o futuro, que já está acontecendo, por incrível que pareça: Motos voadoras. E você, está preparado para este futuro?

A conquista das alturas

Há mais de um século, um renomado aeronauta, esportista e inventor brasileiro construiu e voou com o primeiro balão dirigível movido a gasolina do mundo, batizado como Nº 6. E fez sucesso! Seis anos depois, o mesmo homem dava uma demonstração de que o futuro estaria no ar: ele apresentava seu Oiseau de Proie (ou Ave de Rapina), mais conhecido como 14-Bis, a um público fervoroso em Paris, França1. O homem em questão nem precisa ser apresentado, não é? Trata-se de Santos Dumont que, para nós brasileiros e também para os europeus, foi o inventor do avião. Os norte-americanos, claro, não aceitam tal afirmativa, pois, para os mesmos, os inventores do avião foram os irmãos Wright. Mas, não cabe a mim, aqui, entrar nessa discussão. Se quiser saber mais sobre esse assunto, recomendo consultar outras fontes a respeito. 

Fig. 1. Nº 6, o primeiro balão dirigível do mundo, criado pelo
brasileiro Alberto Santos Dumont.

Fig. 2. Nesta fotografia de 1906, o famoso 14-Bis, o primeiro aeroplano que
realmente voou, nos testes em Paris.

O fato é que, após o bem sucedido voo de Dumont, o mundo já não seria mais o mesmo. O avanço da aeronáutica chegou a um ponto onde, hoje em dia, é possível cruzar todo o globo terrestre em questão de horas, e com muita segurança, usando-se aviões. E aviões muito, mas muito maiores que o 14-Bis. A isso, indiscutivelmente (sorry, americans!) devemos ao brasileiro Santos Dumont.

Dos Aviões aos Drones

Mesmo puxando sardinha para Dumont, haviam outros inventores extremamente loucos por saírem do chão e conquistarem o ar. Tanto que, em 1907, portanto, um ano após o primeiro voo do 14-Bis, os irmãos franceses Bréguet e Paul Cornu apresentavam seu protótipo de aeronave com hélices horizontais à Academia de Ciências da França, mas seu voo foi de apenas 20 segundos e somente a 50 centímetros do chão2. Mas, não passava disso. 

Fig. 3. Projeto dos irmãos Cornu. Sem sucesso.

Fig. 4. Paul Cornu em sua "flying bycicle"

Fig. 5. Motor Wankel, ou Rotor
Já no ano seguinte, 1908, viria a invenção que mudaria os rumos desta aeronave de decolagem vertical: o motor rotativo. Este motor conta com rotor, ao invés de pistões e bielas, tem dimensões menores que os motores convencionais e é capaz de gerar mais potência que estes. A "peça" foi inventada por Emil Berliner, porém, sem qualquer sucesso prático, naquela época. A não ser, claro, seu proveito por parte de outros inventores, que tentavam sucessivas vezes torná-lo realmente funcional, o que veio acontecer somente em 1938, quando o alemão Anton Flettner3, já munido com os rotores Wankel, desenvolveu e pôs para voar o FL-265. Em tempo: Felix H. Wankel4 (1902-1988), foi um engenheiro alemão que conseguiu, finalmente, dar vida útil aos rotores - tanto que, hoje em dia, os rotores também são conhecidos por "motores wankel". Wankel criou seu rotor em 1924, patenteando-o 9 anos depois. A partir disso, os helicópteros foram ganhando espaço aéreo, até chegarem ao que vemos hoje: helicópteros enormes, como também, pequenas aeronaves não tripuladas, ou VANTs (ou drones). 

 Antes que eu me esqueça, uma curiosidade: você sabia que os  helicópteros têm origem da ideia do giroscópio, um projeto de 1480 e  que foi idealizado por ninguém mais, ninguém menos que Leonardo  DaVinci? Pois é, o cara era fodão demais!!!

Fig. 6. Quase 600 anos nos separam da ideia de DaVinci
e as moto-voadoras.

Tudo bem, mas o que tudo isso tem a ver como motociclismo, pô?  Afinal, esse é um blog sobre motos e não sobre aviões e helicópteros.  Por favor, recorra novamente ao título desta postagem, sim? [rsrsrs] Chegaremos lá.

Dos Drones às Motos Voadoras (ou Aircraft Hovers)

Os VANTs (Veículos Aéreos Não-Tripulados), carinhosamente conhecidos por Drones (Zangões, em português), são hoje uma realidade que, há pouco mais de uma década era só imaginação de muita gente. Pequenas aeronaves capazes de não só voar controladamente por meio de um controle remoto, como também de filmar e fotografar com imagens em alta definição, bem como servir de armas letais de uso militar (infelizmente, caiu nisso também, como os aviões5 e os próprios helicópteros).

Fig. 7. Os drones são hoje uma realidade para uso
profissional e também de lazer.

Fig. 8. Modelo de Hovercraft
Como já haviam os hovercrafts, aqueles veículos aquáticos que, ao invés de serem impulsionados por uma ou mais hélices posicionadas abaixo da linha d'água, as mesmas são instaladas na popa do barco (que mais é um tipo de bote grande do que um barco), que o fazem avançar pela superfície (especialmente, em regiões pantanosas e locais onde um motor de barco convencional não passaria), ao que tudo indica, também colaboraram para esta invenção da qual estamos lidando neste artigo. Se você prestar bem atenção, tanto carros quanto motos voadoras parecem ter procedência forte do "casamento" entre drones e hovercrafts.



Mas, vamos falar sobre as motos, sem mais delongas.

Os Modelos Atuais

Já chegando aos atuais modelos de motos-voadoras, já chamadas na Europa de hover-bikes, são veículos capazes de transportar (por enquanto) uma só pessoa, que é o piloto, e que podem ser controladas também por controle remoto (dependendo da marca e modelo), sem piloto algum em seu assento.

Algumas start-ups e empresas pouco conhecidas pelo público em geral, deram seus primeiros passos na produção e comercialização desse tipo de veículo. Alguns, inclusive, já estão disponíveis para compra - mas, se estiver interessado, espero que seja rico (ou doido) o bastante para poder ter o seu. 

Vamos conhecer algumas dessas maravilhas modernas.

HOVERSURF SCORPION 3

A Hoversurf, sitiada em Moscou (RU) e comandada pelo jovem empreendedor Alex Atamanov, é uma das empresas mais bem vistas em matéria de motos-voadoras, ou hoverbikes, como as chamam6.

Seu foco primário foi o transporte de passageiros, como o serviço de táxi aéreo por drone, mas a ideia foi além. Entre drones menores e veículos aéreos tripulados, com capacidade para duas ou mais pessoas, esta empresa apresentou a "moto-voadora" Hoversurf Scorpion 3 (ou S3) a uma galera bem abastada na MAKS21, a maior e mais famosa feira de aeronaves da Rússia. E já tem potenciais compradores na fila, entre eles, pobretões de Dubai. Inclusive, já foi testado pela polícia daquele emirado e, acredito que em pouco tempo estará ajudando a combater o crime e/ou controlar o trânsito naquela "modesta cidadezinha" [rsrs]. 

Fig. 9. Hoverbike S3 demonstrada na MAKS21, em Moscou.

Fig. 10. Hélices propulsoras da
Hoverbike
Sua "fuselagem" é de fibra de carbono. Com capacidade para uma só pessoa, o piloto, a S3 é na verdade um quadricóptero alimentado por baterias, que ainda se limita a altitude de no máximo 15 pés (ou 4,6 m), velocidade de até 69 km/h (46 mph) e tempo de voo entre 15 e 40 minutos, dependendo do peso do 
piloto ou carga que leva consigo (desconsiderando seu próprio peso, que é de 114 kg). Segundo a empresa fabricante, se não for utilizado o software limitador de altitude, a S3 pode alcançar até 305 m de altitude (ou 1.000 pés). Seu alcance é de 13 milhas, ou 21 km. A decolagem pode ser feita com o peso extra de até 104 kg, ou seja, para aqueles que passam desse peso, é melhor esquecer. Porém, a velocidade ainda é limitada, de qualquer forma7.

E se caso uma das hélices parar de funcionar em pleno voo? Conforme diz a própria Hoversurf, o sistema de segurança da hoverbike entra em ação automaticamente, no qual as outras hélices fornecem sustentação e a moto pousa automaticamente, sem a interferência humana.

No facebook oficial da empresa, a legenda de uma das fotos é (traduzida): "Todo mundo que uma moto voadora. Mas nem todos se atrevem a perseguir seus sonhos." E você, se atreveria?

Figs. 11 a 13. Hoverbike em ação.



Fig. 14. No lugar de guidão, duas manetes equipadas
com botões permitem pilotar a Scorpion 3

JETPACK SPEEDER

A Jetpack Aviation é uma empresa sitiada em Los Angeles, CA, nos EUA. Já é conhecida por (ainda) um seleto público, devido a produção e comercialização do Jetpack, um aparelho que, colocado nas costas tal qual uma mochila de paraquedas, leva a pessoa para os ares, literalmente. 

Fig. 15. O Jetpack pessoal tornou a empresa
mundialmente conhecida.

Atualmente em produção, a Speeder é considerada a primeira motocicleta voadora com propulsão a jato do mundo8. Mesmo assim, o site oficial já disponibiliza a pré-venda desta moto a jato.

Disponível em três versões - recreativa, comercial e militar -, a Speeder é impulsionada por turbinas a jato e integralmente estabilizada pelo sistema VTOL (Vertical Take off and Landing) e considerada pela empresa "a melhor aeronave pessoal já construída". E, por ser completamente estável, a empresa completa que "(...) significa que ela requer o mínimo de treinamento para ser pilotada". Sei não, hein... [rsrs]



Fig. 16 e 17. Visual altamente futurista, a Jetpack parece ter saído
da animação dos Jetsons.


De acordo com a fabricante, a Speeder por atingir uma velocidade de cerca de 150 mph (240 km/h) e voar a uma altitude de até 15 mil pés (ou 4.572 m)!! "Mas, não esperamos que muitos de nossos clientes precisem disso tudo", diz o site da empresa.

A versão recreativa deve ser dividida em dois modelos: UVS (Ultralight Version), que não requer licença específica de pilotagem, limitada a 5 galões (18,9 lts) de combustível e velocidade máxima de 60 mph (96,5 km/h). Já o modelo EVS (Experimental Version) "exigirá licença de piloto para voar e não terá restrições de combustível ou velocidade", segundo a fabricante, em seu site. O peso (seco) desta gracinha de 308 mil dólares é de 104 kg e pode carregar um piloto de até 110 kg (em torno disso).

A versão comercial, que pode ser convertida para uso militar, terá a missão principal de "salvar vidas", de acordo com a Jetpack Aviation. Esta versão pode ser pilotada ou operada remotamente, devendo ser utilizada em missões de procura e resgate, como também no transporte de cargas, cujo peso máximo não é informado no site, assim como seu preço.

Fig. 18. A Speeder em suas versões Militar (esq) e Comercial (dir).

Ambas as versões possuem autonomia para 20 a 30 minutos de voo, dependendo do peso que elas carregam consigo durante o voo. Em um voo não tripulado, evidentemente, o tempo e a distância percorridas são maiores.

LAZARETH LMV 496

Com certeza, assim como para mim, veio o nome de uma banda de rock dos anos 70 em sua mente, agora, confessa. [rsrs] Uma ótima banda de rock, diga-se de passagem, a qual ouço desde garoto, lá no interior, onde eu nasci.

Lazareth, entretanto, é o nome da empresa francesa sitiada em Annecy-le-Vieux, que leva o sobrenome de seu CEO, Ludovic Lazareth. 

A empresa é especializada em produzir veículos (para lá de) especiais, incluindo bikes, trikes (triciclos), motos, o exclusivíssimo Wazuma e pequenos carros (incluindo o Amphibie, que mais se parece uma miniatura de um Jeep '68, que pode ser usado em terra ou na água). São especialistas também em dotar modelos da Yamaha, por exemplo, de características exclusivas.

Fig. 19. Wazuma - seis rodas (3x2), não voa, mas possui alta tecnologia e valor altíssimo para nós,
pobres mortais: 200.000 €

Na Europa, especialmente na França, é comum ver nas ruas uma de suas criações, que a tornou mundialmente conhecida, que é o modelo LM 847, uma moto de quatro rodas, justapostas em dois conjuntos - um dianteiro e outro traseiro.

Fig. 20. Lazareth LM 847, a "mãe" que deu origem ao visual e outros detalhes na LMV 496

Mas, neste artigo, quero que você conheça o modelo que, em breve, estará disponível comercialmente (se é que, a esta altura já não esteja) para o mundo todo: LMV 496, sua moto voadora. 

Inspirada no visual da LM 847, esta motocicleta tem características de uma verdadeira muscle-motorbike, pelo tamanho e visual agressivo que ela possui. Apesar de serem parecidas (nas laterais e nas rodas de fibra de carbono), as diferenças entre ela e sua "mãe" começam a partir da motorização: a LMV 496 possui um motorzão de 1300 cv movido a querosene de avião, que gera 285 kgfm, porém, pode-se dizer que, infelizmente, ela possui autonomia para apenas 10 minutos de voo. Na terra (sim, ela é conversível), evidentemente, tem autonomia maior, mas não é informada pelo fabricante e, seu site9.

Fig. 21. Criatura e criador: a LMV 496 ao lado de Ludovic Lazareth

Sua posição de pilotagem e a direção leve proporcionam uma grande aderência e, juntando-se isso à suspensão desenvolvida pela TFX Suspension Technology, a deixa uma moto de grande estabilidade nas curvas. Sem falar, claro, no conjunto de quatro rodas (2x2). Seu sistema de frenagem é um dos pontos fortes, sistema este desenvolvido pela própria Lazareth e aplicado a todos os seus veículos.

Além das informações padrões em motocicletas de alta tecnologia, o painel de instrumentos da LMV 496 fornece dados de voo ao piloto, como: velocidade de cruzeiro, altitude, potência atual das turbinas, entre outras informações.

Fig. 22. A LMV 489 tem visual muito parecido com o da LM 847, inclusive, e principalmente, nos dois conjuntos
de duas rodas cada.

E, afinal, como ela voa, sendo que ela serve tanto para a terra como para o ar? Teoricamente, o conceito é simples: no pressionar de um botão (com ela parada e com os "tripés" acionados), cada uma de suas rodas muda da posição vertical para a horizontal, evidenciando suas quatro turbinas, uma em cada roda, que dão a ela a propulsão necessária para o voo. Logicamente, há muito mais detalhes em torno disso, mas não tenho essa informação extra.

Fig. 23. Para voar, as rodas são suspensas e postas na horizontal, e cada uma dispõe uma turbina, a qual sustentará a moto no ar.

A maior parte do material do "corpo" da LMV é feito em Carbono Kevlar - leve e altamente resistente. 

Para quem quiser adquirir uma destas, primeiro: deve morar na Europa, pois no Brasil (hehe) não há lei que permita utilizarmos, ainda, esse tipo de veículo. Ela é produzida e homologada conforme a legislação francesa e, além do mais, tem edição limitada: apenas 5 modelos são produzidas e, assim mesmo, sob encomenda. 

Fig. 24. Note os tripés acionados, para que as rodas sejam suspensas e as turbinas possam entrar em ação.

E então, qual dessas você escolheria pra chamar de sua? Deixe aí nos comentários.

É, galera, o mundo mudou muito e, de agora em diante, mudanças mais radicais serão vistas, especialmente, no que tange a veículos e tecnologia. Não só em motos, como também em diversos outros tipos de transportes, como temos acompanhado nas notícias do mundo inteiro. Quando adolescente, lá pelos anos 80, já se falavam em "carros voadores", mas a única forma de tirarmos alguma ideia disso era assistindo ao Jetsons. Não pensávamos em motos voadoras, como estas que acabamos de ler a respeito, pois parecia ser uma ideia fora de contexto. Mas, a tecnologia parece estar nos mostrando que teremos muita coisa "doida" pela frente. Quem viver, verá. Motoabraço!





Fontes:
1. Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Dumont - acessado em 11/08/2021)
2. Site Adslatin (https://adslatin.com/quem-inventou-o-helicoptero/ - acessado em 11/08/2021)
3. Idem.
4. Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Wankel e https://pt.wikipedia.org/wiki/Felix_Wankel - acessados em 11/08/2021)
5. Há relatos que Santos Dumont não teria ficado feliz com sua invenção que, em pouco tempo, acabaria se tornando também uma arma de guerra. Dumont faleceu em Julho de 1932, vítima de uma gravata: sim, ele teria se enforcado com sua própria gravata num quarto do Grand Hotel La Plage, em Guarujá. Há controvérsias a respeito disso, também. Mais informações, consultar a Wikipedia ou outros documentos a respeito.
6. http://www.hoversurf.com
7. Evtol (https://evtol.news/hoversurf-scorpion/ - acesso em 11/08/2021)
8. JetPack Aviation (http://www.jetpackaviation.com - acesso em 11/08/2021)
9. Lazareth Auto Moto (http://www.lazareth.fr)
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Fontes secundárias de algumas imagens: 
http://www.museuvirtualsantosdumont.com.br/n-6.html
http://gyroscope.nl/html/background.html

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