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Ultimamente, temos visto uma invasão não só de produtos de pequeno porte, como também de automóveis e motocicletas oriundos de terras chinesas. Marcas de nomes engraçados, às vezes, difíceis de se lembrar, vão surgindo em forma de montadoras e revendedoras dessas marcas. E, nas ruas, a invasão continua, já que hoje é muito comum nos depararmos com as chinesinhas. Isso é sinal de boa aceitação, senão, de preços compatíveis com a realidade do bolso do brasileiro (pelo menos, da maioria). Em se tratando de concorrência, ótimo, porque isso faz baratear também os custos das marcas mais famosas, se elas não pretenderem entrar em colapso. Mas, e em termos de manutenção? É fácil encontrar peças de reposição por aqui? A revenda é garantida? Essas motos são realmente boas? Foi o que o Louco por Motos tentou descobrir.
Kzuki Motos
A Kzuki chegou ao mercado brasileiro por volta de 2009 trazendo, primeiramente, minimotos, motos off-road e quadriciclos, entre 50 e 250 cc. Mais recentemente, a marca trouxe para as terras tupiniquins modelos urbanos para o dia a dia, com 150 cc, e esportivas de 250 cc. De acordo com os comentários de clientes dessa marca, tratam-se de motos ágeis e econômicas, perfeitas para os trechos urbanos. Seus modelos esportivos puxam muito da Kawasaki e, suas customs, rebuscam o classicismo das Harleys maiores (mas, acabam pecando, devido, evidentemente, às proporções). Ainda de acordo com proprietários de algumas destas marcas, se as motos trouxerem algum problema de fábrica, a assistência é garantida e, se for o caso, trocam a peça na hora. Isso quer dizer que a marca preocupa-se com seu cliente. O problema é que sua rede não é lá tão grande, o que dificulta para aqueles que desejam comprar uma Kzuki, mas mora longe de uma concessionária. Em todo o estado de São Paulo, , por exemplo, há um representante na cidade de Americana. No Espírito Santo, apenas um em Venda Nova dos Imigrantes. Mas, é em Minas Gerais que a Kzuki conta com mais representantes: Belo Horizonte, Pará de Minas, Manhuaçu, Itaúna, Betim, Contagem, Passos, Conselheiro Lafayete, Alfenas, Conceição do Mato Dentro, Uberlândia, Ouro Preto, Bom Despacho, Caratinga e Paraopeba (informações tiradas do próprio site). Se você não mora ou está longe de uma dessas localidades, não pense em comprar uma moto a qual não terá assistência na hora que realmente precisar.
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Modelos mais recentes da Kzuki no Brasil. Motores de 150 a 250 cc,
feitos especialmente para trechos urbanos. |
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Loncin Motos
A Loncin é quem fornece a tecnologia e as peças para a montagem das novas Amazonas (leia sobre as antigas Amazonas
clicando aqui), no Brasil. Além de ter comprado os direitos do uso do nome, a Loncin fez algumas modificações necessárias para que a Amazonas pudesse acompanhar o mercado e tornar-se mais competitiva. E está fazendo sucesso. A marca é representada pela AME Amazonas. Outra moto que a Loncin trouxe para o mercado tupiniquim, e que já enfrentava o chão mexicano, foi um modelo de 600 cc, novidade até mesmo para o mercado chinês, que costuma trabalhar em cilindradas menores. A moto, do tipo naked, promete dar trabalho para marcas de mais renome, haja vista a economia que os motores chineses proporcionam. Para se ter ideia, o modelo LX250h, de 250 cc e que roda no México, faz 40 km com apenas um litro de gasolina (há de se considerar, também, que por incrível que pareça, a gasolina mexicana é melhor do que a nossa, fator este que influencia muito no consumo e na performance dos motores). Não foi encontradas informações a respeito da assistência técnica para essa marca no Brasil, apesar de haver representantes oficiais da Amazonas em: Curitiba-PR, Vitória da Conquista-BA, Taguatinga-DF, Uberlândia-MG, Parnaíba e Teresina-PI, Belém-PA, Formosa-GO, Santos-SP, Volta Redonda-RJ e outras localidades. Assim mesmo, cai no mesmo problema da Kzuki, isto é, falta muito ainda para a marca prestar serviços em grande parte do país.
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Modelo de 250 cc da Loncin: econômica, bonita, mas, com assistência
técnica ainda a desejar, em termos de localização. |
Zongshen
A CR Zongshen já chegou fazendo barulho, mas em silêncio. É que, numa negociação sem a necessidade de holofotes, a chinesa negociou com a Kasinski, adquirindo 100% do capital da brasileira. Desde 2009, os proprietários de kasinskis estão, na verdade, sobre motores com carimbos chineses, mesmo que ainda fabricados no Brasil. Hoje, a Kasinski conta com diversos pontos de serviços e assistência técnica e, até onde é sabido, a marca tem respeitado seu consumidor, mesmo porque precisava ter seu naco de participação no mercado de duas rodas. No entanto, a Zongshen traz para nosso país a sua própria marca adesivada no tanque, pelo menos, por enquanto. Talvez, em algum tempo, ou a Kasinski muda de nome, ou a Zongshen adaptará seu nome para a marca brasileira.
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A ZS 250 GS é promessa da Zongshen para o mercado brasileiro. |
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Modelo de 600 cc, bem semelhante à GTR 600 da Kasinski |
Jialing
A marca já é conhecida por nós por meio da Traxx, que importa a tecnologia chinesa e aplica nas motocicletas que comercializam por aqui. Em termos de assistência técnica, a Jialing ainda engatinha no Brasil, já que as revendas Traxx ainda não se dissiparam tanto por aqui. Em relação às Traxx, infelizmente, devo dizer que boa parte de seus proprietários tem reclamado bastante: as motos de 250 cc, por exemplo, em menos de um ano apresentam problemas graves, como quebra espontânea do escape (normalmente, na posição da solda de emenda), ruídos excessivos, enfim, não a acham tão confiável. De fato, isso não é um problema só da Traxx, mas, de muitas marcas orientais. Há quem diga que são produtos descartáveis - realmente, é difícil imaginar uma dessas motos funcionando bem daqui a 10, 12 anos, como funcionam as Hondas e Yamahas da vida.
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Jialing 600 cc: será que dará trabalho ao mercado ou ao proprietário? |
A invasão chinesa ainda se completa com outras marcas (no Brasil, já são 30, ao todo): Guangdong, Shineray, Zhejiang, Chituma e Panyu são algumas delas. Esperemos, contudo, qualidade e não quantidade, porque, sabe-se bem, o Brasil é um lugar de contrastes: ao mesmo tempo que exige qualidade, não oferece tanta (é só notar a situação das nossas avenidas, ruas, rodovias e outras vias).