O fraco mercado das 400 e 500 cc no Brasil

O fraco mercado das 400 e 500 cc no Brasil

E aí, motociclista? Tudo bem com você?

Você já parou para pensar o quão fraco está nosso mercado de 400 e 500 cilindradas?

Motos de 150 a 200 cilindradas está muito bem servido, especialmente, pelas de 150 e 160, que são bastante utilizadas como meio de trabalho. E não tiro a razão disso estar acontecendo, dado à economia e também o baixo custo operacional destas motos. 

CG 160. Líder de vendas no mercado das pequenas

O mercado das motos de 300 cilindradas, apesar de mancar em alguns pontos, já possui uma boa gama de motos. Falando-se em trails, por exemplo, que temos? A Kawasaki Versys 300 é uma delas. Sua concorrente, a BMW 310 GS também veio preencher uma lacuna importante que havia - e ainda há - nesta categoria. Temos também a Honda XRE 300, que tem uma grande aceitação por parte do público, muito por conta da relação custo x benefício. 


BMW GS 310 (em cima) e Kawasaki Versys 300. Duas ótimas
opções de trails, mas com precinho salgado.


Saindo das trails e partindo para as nakeds e streets, no Brasil temos uma gama legal de motos na faixa das 300 cilindradas. Uma delas é a Honda CB 300R, que inclusive sofreu algumas importantes modificações no modelo 2023. A Yamaha tem sua MT-03, de 310 cc, que conquistou muitos pilotos, que migraram da Fazer 250 para ela. Uma ótima moto, excelente torque e velocidade final. 


Acima, a Honda CB 300R 2023, lançada na Índia.
Abaixo, a Yamaha MT-03, já disponível no Brasil.


A categoria das 250 cilindradas também está muito bem servida: desde a Yamaha Teneré 250, que deixou de ser fabricada em 2022 para dar lugar à nova Lander 250, à Suzuki V-Strom 250, eis um mercado que tem sido bem aceito há um bom tempo, mas é certo e dito entre os proprietários que, se seus motores tivessem 50 cilindradas a mais, seria perfeito. 

Yamaha Teneré 250. Fim de história em 2021.


Yamaha XTZ Lander 250. Remodelada, tirou a
Teneré da linha.

Suzuki V-Strom 250. Cara, mas uma 250 cilindrada de
responsa.


Já o mercado das 400 está capenga. Há pouco tempo, tínhamos a Honda Falcon 400, que começou a ser fabricada em 1999 e deixou as linhas de montagem em 2015. Além da Falcon, outra que fez fama nessa categoria foi a Honda CB 400, depois seguida pela CB 450 DX e a CBR 450. Todas já aposentadas pela fabricante. A Suzuki tem a DRZ 400, moto trail muito procurada para trilhas e motocross, mas também está deixando a linha de produção neste mês de agosto de 2022.

A CBR 450 SR foi um modelo de muito sucesso no início dos anos 90.

A CB 400 foi a queridinha do início dos anos 80, no Brasil.

A CB 450 DX foi para deixar os donos das 400 baratinados, de tão bonita,
além de 50 cilindradas a mais que sua antecessora.

Já a Royal Enfield trouxe para o mercado tupiniquim a Himalayan 400, uma trail vintage com visual retrô que tem conquistado o coração de alguns motociclistas brasileiros. E também contamos com a Suzuki Burgmann 400, mas é um outro estilo, já que se trata de um scooter. Um ótimo scooter, diga-se de passagem.

A Royal Enfield tem garantido sua fatia de mercado com a (estranha,
mas simpática) HImalayan 400 cc. 

Suzuki DRZ 400: nicho específico.


Mas a partir do momento que você procura uma moto esportiva ou mesmo custom, vê que esse mercado está mesmo desatualizado. No Japão e na China, por exemplo, é possível encontrar ótimas customs de 400 a 500 cilindradas, como a Honda Shadow 400 e a Benda BD 500. Não dá pra entender a Honda, que tirou do nosso mercado a famosíssima e forte Shadow 600, nos trouxe uma "delicada" Shadow 750 e jamais pensou em alimentar o mercado brasileiro com a de 400 cilindradas, que só é encontrada no Japão e outros poucos países asiáticos. 


Acima, a saudosa Shadow 600. Embaixo, a Shadow 750, que a substituiu.


Já a BD500 não parece nem dar sinal de que chegará até aqui. A nova cruiser da Benda desenvolve potência máxima de 55 cv a 10.000 rpm e ainda não tem valor divulgado. É dona de uma beleza singular, é barata e com certeza faria sucesso por aqui. 

Benda Eagle 400 cc. Só na China.

Quer conhecer uma Honda Shadow 400 cc? No Japão é possível encontrar.

A própria Honda possui motos entre 300 e 400 cc que não estão no Brasil e bem que poderiam ser trazidas pra cá. A nova CB 300F é um exemplo disso. Aqui no blog Louco por Motos há uma matéria sobre ela. Para acessá-la, clique aqui. Na Ásia, a Honda tem a CB 350, uma moto indiana com estilo retrô e que faria grandes fãs aqui no Brasil, e a CB 200X, que tem seu visual inspirado na CB 500 X.

Honda CB 300F. Lançada na Índia e sem previsão para o Brasil.

Nos Estados Unidos, a Honda Rebel 500 é uma ótima opção para trechos urbanos e rodovias. Moto bonita, motor de responsa e não só teria grande aceitação em terras tupiniquins, como já tem uma galera por aí reclamando à Honda, para que a marca traga o modelo para o Brasil. Que ela tome cuidado, porque uma fabricante chinesa, a Xiang Shuai, já produziu sua cópia da Rebel 500, ao lançar o modelo Cangyun XS500 pela metade do preço. A Xiang Shuai já é famosa por lançar modelos copiados da Harley-Davidson e, por ser nova, tem ganhado destaque no mercado chinês. Em breve, quem sabe, a marca não chegue por aqui?

Enquanto a Honda põe nas ruas americanas a sua Rebel 500...

... a Xiang Shuai faz uma cópia mais parruda dela e a coloca nas ruas chinesas.

A Honda (ela, de novo) lançou também em terras indianas a Hornet 2.0, ou Hornet 200R, com motor de 200 cc e, provavelmente, a substituta da CB Twister. Ainda não há data certa para o lançamento deste modelo aqui no Brasil.

Olha aí a filhinha da Hornet, a Hornet 2.0. Mas, ainda não tem no BR.

E a Yamaha? No Japão, ela tinha os modelos SR 400 e SR 500, ambas lançadas em 1978. A de 500 cc foi aposentada em 1999. Então, em 2021, o modelo SR 400 foi também aposentado depois de 43 anos. No Brasil, a maioria dos motociclistas nem ouviu falar sobre este modelo, com certeza. 

A Kawasaki é uma marca mais conhecida por suas motocicletas esportivas, com certeza. A Ninja é seu principal mote. Tanto que tem disponível a versão da Ninja 400 KRT no Brasil, uma média esportiva bastante competitiva e que mexe com o mercado da MT-03 da Yamaha. 

A Ninja 400 é para agitar um pouco mais as pistas para a MT-03.

Mesmo contando com um ou outro modelo na média das 400 cc, ainda falta muito para esse mercado no Brasil, especialmente, para motos trail para passeios e customizadas. Com a esperança de a Honda trazer as novas CB 300 para cá, é bem provável que outros fabricantes abrirão mais os olhos. 

Você acha que o mercado de motos de 400 cilindradas está bem servido no Brasil? Deixe aí nos comentários sua opinião a respeito, ok? 

Motoabraço e valeu!

Comentários

Postagens mais visitadas